A posição a favor dos protestos organizados (contratados) pelo imperialismo norte-americano contra Cuba, ou seja, a favor do golpe de Estado em Cuba, ajuda a esclarecer a situação no Brasil; o posicionamento das principais forças políticas que atuam no Brasil, a respeito desse tema, é por demais esclarecedor das próprias posições dos distintos setores sobre a crise no Brasil, o golpe de Estado aqui perpetrado e sobre a posição a ser adotada diante do imperialismo na luta política nacional e internacional.
Do lado da campanha reacionária feita pela imprensa capitalista, a soldo do imperialismo norte-americano e dos seus súditos na direita brasileira, se colocaram contra Cuba, no mesmo lado Bolsonaro, os “progressistas” do PSDB, a “democrática” imprensa golpista “brasileira”, “nacionalistas” como Ciro Gomes, além de amplos setores até mesmo da esquerda que se considera como “socialista”, “comunista” e até “revolucionária”.
Em uma autêntica “frente ampla”, esses setores se colocaram abertamente ao lado do imperialismo contra a população cubana. Todos se colocaram contra a “repressão” cubana e inclusive alguns fizeram campanha pela libertação de pessoas que foram presas nas manifestações, verdadeiros mercenários; alguns dos quais empunhavam bandeiras dos EUA, país responsável pelo bloqueio de mais de seis décadas contra Cuba.
De forma oportunista, todos procuram explorar a existência de dificuldades econômicas na Ilha. A situação de Cuba leva mesmo a uma crise social. Temos que considerar que o país está submetido a um embargo comercial há mais de 60 anos, está submetido a uma pressão constante do imperialismo, o que dificultou o enfrentamento à pandemia. Não é que o governo tenha feito nada de especial. A situação piorou em todos os lugares e a imprensa burguesa oculta isso. Houve levante dentro de Israel, da população Árabe, levantes da Colômbia, Chile, Equador, inúmeros países no mundo. No vizinho estado “capitalista” do Haiti, o caos e a degradação social atingem níveis de barbárie. Em vários outros países da América Central e nos próprios EUA, a miséria social atinge dezenas de milhões em níveis nunca vistos, mas o objetivo não é outro senão atacar a Revolução Cubana e o Estado Operário.
Ficou claro que em Cuba empresas e organizações norte-americanas, fizeram um ataque concentrado na internet para gerar essa mobilização. Isso está constatado. Entre as organizações está a própria rede de internet da Marinha norte-americana, que disparou muitas mensagens na rede cubana atacando o governo e chamando o levante. Nessas condições o governo de Cuba tinha o direito de se defender. “Prendeu ativistas”, protestam os defensores da “democracia” imperialista. Mas é óbvio que o governo cubano tem o direito e até o dever de prender os agentes que organizam o levante organizado por uma potência imperialista. Ou o governo cubano diante de qualquer manifestação popular tem que entregar o governo para os norte-americanos?
Defendemos a posição tradicional marxista sobre esse problema é que nos conflitos entre os países atrasados e os países que dominam o mundo, devemos ficar do lado dos oprimidos. O imperialismo é uma força destruidora, exploradora terrivelmente poderosa e que já provocou no mundo um banho de sangue inacreditável, reduziu populações à miséria, matou de fome.
Se o regime cubano for derrubado, o país vai ser controlado por aquela escória criminosa que está em Miami, que era a favor da ditadura de Batista e é a favor dos EUA, que levou à devastação do Haiti, que promove a miséria em toda a América Latina e entre a população pobre, negra e trabalhadora nos Estados Unidos e em todos os países.
Os inimigos do povo e do governo cubano e aliados do imperialismo norte-americano, a mais mortal e devastadora máquina de guerra, opressão e destruição da história da humanidade, são, portanto, inimigos da luta da classe operária e de todos os setores explorados não apenas em Cuba, como também no Brasil e em todo o Mundo. Precisam ser desmascarados e derrotados por meio da luta dos trabalhadores e do avanço da sua organização revolucionária.
Contra a “frente ampla” com os inimigos da revolução cubana, frente de luta contra o imperialismo de todos os setores classistas pela unidade revolucionária dos povos da América Latina, por fora o imperialismo de Cuba e de todo o nosso continente.