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Atos de 24 de julho

Sobre a calúnia de que o PCO teria feito um acordo com a PM

O PCO sempre rejeitou a ingerência da polícia nas manifestações e denunciou os acordos feitos pelas costas dos ativistas

Pessoas que se identificam como anarquistas lançaram uma campanha de calúnias contra o PCO nas redes sociais. Acusam o partido de ter se reunido e chegado a um acordo com a Polícia Militar e a esquerda para “organizar o ato” do dia 24 e daí para pior, chegando ao absurdo de acusar o PCO de ser um dos responsáveis pela repressão policial desencadeada ao final da manifestação deste sábado. É mais uma calúnia grotesca vinda de quem se considera (ou se apresenta) como sendo de esquerda contra o PCO, a segunda em menos de 20 dias.

Acreditaram ter encontrado o fato ideal para transformar em cavalo de batalha contra o PCO: o fato de um representante do partido ter participado de reunião com demais representantes de partidos e organizações de esquerda, de órgãos municipais e estaduais (CET, SPTrans, Metrô, Amlurb, a OAB, a Defensoria Pública do Estado, a GCM, a Polícia Militar entre outros) e, em seguida, divulgado a ata da reunião denunciando o fato de que os representantes da esquerda pequeno-burguesa presentes (PCdoB, PCB, PSTU) não objetaram à presença do PSDB na manifestação e que a Polícia tentou intervir e “mediar”, isto é, interferir na organização do movimento. 

Afinal, o que são as tais reuniões?

Primeiramente, chama a atenção que o fato tenha sido divulgado como se fosse algo novo e feito de maneira escusa. Há décadas os organizadores dos movimentos se reúnem com a PM antes das manifestações. Não é novidade, nem há nada de escuso – tanto é que o representante do partido divulgou a ata da reunião, que é um documento público.

As tais reuniões não organizam nenhum ato, como grupos anarquistas vêm “denunciando”. A PM se reúne com os organizadores e com diversos outros órgãos da administração estatal, como metrô e CET, para organizar o trânsito, liberar as ruas etc. Assim, são informados sobre o horário e o trajeto do ato e informam os organizadores sobre o que será feito e se há algum impedimento legal. Evidentemente, há uma tentativa de interferir na manifestação e um dos nossos objetivos ao participar dessas reuniões é justamente impedir que isso aconteça. Nenhum acordo foi feito e nos opomos a qualquer ingerência política da polícia ou de qualquer outro órgão estatal nos atos.

Na reunião em questão, a principal preocupação da polícia era que não houvesse um novo entrevero com o PSDB. A posição do PCO na reunião foi clara: a direção do partido não organizaria ninguém para agredir o PSDB, mas não se responsabilizaria por nenhuma eventual agressão, além de nos opormos a que a participação do PSDB fosse decidida pela polícia, pois isso cabe apenas aos próprios manifestantes decidirem.

O conteúdo dessas reuniões sempre permaneceu escondido dos ativistas e isso os tais anarquistas nunca criticaram.

O PCO, seguindo sua política tradicional, divulgou o que ocorreu na reunião, para que todos pudessem saber a posição de cada um dos participantes e o que foi decidido. 

Por que é importante que os setores combativos compareçam às reuniões?

A importância da nossa participação ficou clara no ano passado, quando descobrimos que a Frente Povo Sem Medo, de Guilherme Boulos (PSOL), não criticado nem pela esquerda nem pela direita, firmou acordo com a PM e o Ministério Público estadual, estabelecendo que dois grupos “opositores” (isto é, a esquerda e a direita) não poderiam realizar manifestações no mesmo local, principalmente na Av. Paulista.

Essa medida foi uma traição ao movimento, principalmente porque se deu justamente após uma manifestação chamada pela esquerda, no qual o PCO e as torcidas organizadas e antifascistas decidiram dispersar uma provocação organizada pela direita na Av. Paulista.

A decisão da esquerda nessa ocasião foi completamente acertada e somente a ameaça de desbaratar a reunião de direitistas já foi suficiente para dissolver a manifestação. O acordo da Frente dirigida por Boulos, no entanto, salvou a direita e legalizou multas milionárias e a repressão da PM contra a esquerda.

Esse acordo criminoso foi amplamente denunciado pelo PCO, mas não encontrou eco nessas organizações anarquistas que agora nos criticam por nada.

A doutrina anarquista, de ignorar o Estado, que não pode ser ignorado, leva a que coisas como essas aconteçam sem freio, minando os movimentos, sem que sequer seja de conhecimento dos ativistas.

Desde então passamos a participar das reuniões sempre estamos informados das mesmas principalmente para impedir que tais acordos espúrios sejam feitos pelas costas dos manifestantes.

Quem é beneficiado com tais calúnias?

Outro fato interessante é que tal campanha surgiu justamente contra o PCO, único partido que sempre defendeu os anarquistas e os black blocs. Enquanto estes eram acusados de vandalismo e condenados por toda a esquerda, que acabava por ser conivente com a repressão policial, o PCO sempre defendeu a ação desses grupos, inclusive no ato do dia 3 de julho, quando houve uma campanha contra a destruição de vidraças de bancos.

Mais ainda: o PCO é o único partido da esquerda que pede abertamente, há décadas, a dissolução da PM e não apenas a desmilitarização, como os demais. A história de denúncias do PCO dos assassinatos e chacinas cometidos pela PM, da repressão do PSDB às manifestações populares, os inúmeros casos de repressão que o partido sofreu nas mãos dessa instituição criminosa e lutas como pela saída da PM da USP etc. torna toda a acusação ainda mais absurda.

Um dos grupos que apareceu criticando o PCO foi a FOB, grupo com o qual temos boas relações em diversos locais, inclusive integrando com o partido o Bloco Vermelho em Florianópolis no último ato.

Naturalmente que as intrigas lançadas contra o PCO nas redes sociais não são só um produto da ingenuidade e inexperiência política de alguns. Há quem esteja explorando o ocorrido para, de maneira subreptícia, tentar minorar os danos à sua imagem causados pela defesa desbragada que fizeram do partido que controla a PM de S. Paulo, partido dos assassinos do povo negro em Paraisópolis, dos golpistas que colocaram Bolsonaro no poder e se elegeram em uma frente informal com o capitão fascista (“Bolsodória”) etc.

Depois do entrevero com o PSDB no ato do dia 3 de julho em São Paulo, a imprensa golpista e setores da esquerda pequeno-burguesa passaram a atacar abertamente o PCO. Fomos caluniados pelo editor da Revista Forum, Renato Rovai, e uma tal Carmen Silva, que acusou “o PCO” (uma pessoa jurídica) de, no dia 3, ter batido em mulheres e crianças e até mesmo roubar celulares… Da discussão nas redes sociais à tentativa absurda de “expulsar” o PCO da organização das manifestações, ou ainda censurar o partido nos fóruns do movimento, tudo isso passou em silêncio pelos “anarquistas” que não se deram o trabalho de denunciar a ala oportunista da esquerda, o PCdoB, que saiu em defesa do PSDB, em um conluio com a direita (PDT e outros partidos) que quer sequestrar as manifestações da esquerda e colocá-las a serviço da política de “frente ampla”, isto é, de aliança com a burguesia por uma “terceira via”, isto é, uma saída eleitoral para a crise política nacional que não seja a candidatura de Lula, mas um candidato da burguesia.

Não podendo admitir que os militantes do PCO agiram corretamente no entrevero do dia 3, e também com dificuldade de dizer que estávamos errados em querer expulsar o PSDB das manifestações, vários setores da esquerda têm escavado em busca de algo que possa servir de crítica ao Partido. O que torna a situação ainda mais ridícula é que o pretexto usado em mais essa campanha caluniosa contra o PCO seria um suposto ato desonesto e clandestino… que foi tornado público por um dirigente do próprio partido! Não excluímos a possibilidade de que a campanha esteja sendo estimulada inclusive por elementos da repressão, numa tentativa de dividir a ala esquerda das manifestações. Mas está claro que quem se beneficia da acusação de que o PCO estaria agindo em colaboração com a polícia é a ala oportunista do movimento (PCdoB) e seus convidados indesejados pelos manifestantes (PSDB, PDT, PSB, Solidariedade, Cidadania, “bolsonaristas arrependidos” etc.)

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