João Doria anunciou nesta sexta-feira novas medidas de repressão contra população. Após o aumento continuo de casos do novo coronavírus, o governador fascista de São Paulo adotou um novo plano de restrição. De acordo com a proposta, São Paulo passa agora a estar na fase vermelha nos dias úteis a partir das 20h.
Colocando como um “apoio” ao aumento do isolamento social, Doria decide punir os trabalhadores, enquanto não altera a política de massacre feita durante a pandemia. Com esta medida, apenas serviços essenciais, como farmácias e mercados poderão estar abertos, no entanto durante todo o restante do dia a política de reabertura continuará a ser implementada em todo estado.
O conteúdo desta medida não é apenas demagógico, considerando que implementar medidas de restrições no período noturno irá resolver o problema da contaminação da população, que durante o dia é obrigada a trabalhar, como também de uma nova onda de repressão contra os trabalhadores.
A “fase vermelha” dessa maneira, será apenas utilizada nos momentos de lazer da classe trabalhadora. Enquanto os capitalistas obrigaram toda a população a trabalhar durante a pandemia, a utilizar transportes públicos lotados, sem qualquer medida de segurança, os poucos momentos de lazer serão proibidos pela nova lei.
Hoje, a ocupação média das UTIs no estado de São Paulo para contaminados por coronavírus encontra-se com 71% de lotação. Superando 75% em ao menos seis regiões do estado. Sendo que apenas a Grande São Paulo apresenta índices de 80% de ocupação, aproximando-se novamente ao colapso do sistema público e privado de saúde, assim como no pico da pandemia.
Já a média de contaminação está acima de 200 cidadãos por dia há mais de 13 dias seguidos, sendo a maior desde setembro de 2020. Enquanto isso, as mortes no estado já ultrapassam a marca de 50 mil, desde o início da pandemia.
O governo, anunciou como único “plano” de contenção, além da repressão, a criação de 700 leitos. No entanto, não há previsões para a entrega desta ampliação, e a taxa de contaminados por dia já é capaz de superar este número de leitos em menos de uma semana.
Esta política de Doria comprova a inexistência da tão propagandeada “política de vacinação”. É perceptível que com a falta de vacinas e insumos para executar o plano divulgado, a burguesia busca ganhar tempo reprimindo a população.
Doria mentiu à população ao declarar que o estado de São Paulo passaria a vacinar a partir do dia 25 de janeiro. Na realidade, não há planos reais de vacinação para pelo menos os próximos dois meses, como já indicado pelas novas promessas do governo estadual e os dados divulgados pela capital do estado.
Além disso, resolve reprimir o povo em meio a crise. Precisa ser colocado, que a política adotada por Doria fere um direito básico do trabalhador, o lazer. Como também, exerce um efeito mínimo em uma suposta luta contra a pandemia. Na prática, apenas acentua a impopularidade destas políticas contra os trabalhadores, que notam com facilidade toda a farsa da operação.
A classe trabalhadora não irá respeitar esta repressão. Assim como nas festas de final de ano, onde medida semelhante foi adotada contra a população do estado, a retomada da política da repressão total desmascara que Doria não tem intenção nenhuma de defender a população da pandemia.
No lugar de reprimir os trabalhadores ainda mais, quem deveria se sacrificar para existir um combate real a pandemia é justamente os capitalistas. Em plena pandemia, é inadmissível que os trabalhadores sejam obrigados a trabalhar com transporte lotado, sem medidas de restrição e em turnos cheios. O mínimo que poderia ser feito era reduzir os turnos, aumentar consideravelmente a frota do transporte público das cidades e garantir na prática, a saúde dos trabalhadores. Contudo, sequer isto é feito, e a população é obrigada a se sacrificar para manter a economia dos capitalistas girando.
Para o trabalhador não há ganho nenhum nesta política, contudo, para o capitalista garante os lucros do mercados, a repressão da população e os esmagamento da classe operária.
Devido a isto, as novas medidas do estado de São Paulo devem ser amplamente denunciadas, como uma demonstração da real política do setor “democrático” e “civilizado” da burguesia brasileira, que a todo custo, busca esmagar a população.
A campanha que deve ser colocada é em primeiro lugar da garantia do sustento dos trabalhadores, com um auxílio que garanta um salário mínimo vital de R$5 mil, enquanto o trabalhador possa se ausentar do trabalho evitando ser contaminado pela pandemia.
Tais medidas só poderão ser aplicadas com uma mobilização dos trabalhadores. Para o regime golpista, a sobrevivência da população é a sua última prioridade, apenas a “linguagem da força” fará com que os trabalhadores garantam seus direitos e derrotem o genocídio impulsionado pela burguesia brasileira.