O jogo político golpista no Brasil está a cada dia ficando mais claro, sobretudo com relação às artimanhas da burguesia, classe que controla todo o processo político e a injusta e decadente democracia burguesa. Nesta semana um analista do Banco Santander mandou um relatório sobre um golpe contra Lula, o maior líder popular do país e do mundo, alvo do imperialismo e de nossas elites reacionárias. A volta de Lula ao poder em 2022, segundo o texto, não seria tolerada.
O texto que circulou entre os investidores foi produzido por José Luciano de Mattos Dias, um doutor em Ciência Política do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj), sócio-diretor da CAC Consultoria Política. Criada em 1997, essa empresa presta consultoria traçando o contexto brasileiro para orientar os investidores. “Ninguém apoiará um golpe em favor de Bolsonaro, mas é possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula”, diz o texto golpista, cuja circulação nos meios empresariais se deu através de um analista do banco Santander chamado Victor Cândido. A plataforma de distribuição que Cândido usou foi a chamada Bloomberg, responsável por dar informações sobre o mercado financeiro e que tem mais de 5 mil assinantes no Brasil.
Em nota, o banco golpista Santander negou a verdade: “o conteúdo do informe é de autoria de uma consultoria independente, cuja opinião não reflete a visão do Santander”.
O mesmo Santander que, em 2014, enviou a seus clientes ricos, aqueles de alta renda, a informação de que a economia do Brasil pioraria se Dilma Rousseff fosse reeleita. A verdade golpista explícita, que deveria ficar oculta, foi atribuída a uma funcionária, a analista Sinara Polycarpo Figueiredo, que fora demitida, mas ela entrou com uma ação e a justiça mandou o banco indenizá-la por danos morais. O banco pediu desculpas, como de praxe, e alegou que a nota feria as diretrizes apartidárias da instituição, numa mentira sem pé nem cabeça, uma hipocrisia bem típica dessas instituições burguesas.
O conteúdo vazado desse relatório do Santander expressa a opinião da grande maioria do mercado financeiro, da burguesia brasileira e dos capachos do imperialismo: eles não querem Lula, nem a esquerda, de volta ao poder em 2022. Para impedir isso, poderão fechar outra vez com o fascista Jair Bolsonaro(sem partido), contra o qual todos esses golpistas dizem estar contra, mas foram eles que colocaram esse presidente ilegítimo no poder após organizar e apoiar toda a Operação criminosa da Lava Jato, que roubou o mandato de Dilma Rousseff, destruiu a economia nacional e prendeu Lula, encarcerando-o na masmorra de Curitiba, tirando todos os seus direitos democráticos, com o aval e omissão do Supremo Tribunal Federal (STF), que continua aumentando seu protagonismo político em prol da burguesia contra Lula e todas as organizações populares.
É preciso denunciar todas essas fases do golpe implantado em 2016. Bancos, STF e grandes conglomerados de comunicação monopolistas estão contra Bolsonaro hoje por oportunismo e estratégia política, pois o alvo continuará sendo Lula, a esquerda, os movimentos e associações populares, com o intuito criminoso de recrudescer a pauta neoliberal, cujo fim é a venda do patrimônio nacional para salvar os capitalistas parasitas dessa grande crise financeira que acomete o capitalismo. Para assegurar a dominação, as instituições partirão para as práticas mais ditatoriais do regime, sempre utilizando os conceitos abstratos de democracia, limites da liberdade de expressão, e partirão para os ataques contra todos aqueles que estejam contra os interesses da burguesia. Bolsonaro e essas instituições são aliados, ambos estão aí a serviço do imperialismo contra a soberania nacional. Até a esquerda pequeno-burguesa com suas atitudes e falta de programa político acaba colaborando com esse ataque da burguesia. Que não quer o apoio de Lula. Que voltará a atacá-lo explicitamente de todas as formas rasteiras possíveis. A ideia de que Lula é candidato dela é para desacreditar o político que pode, ao lado dos movimentos populares, frear o avanço do fascismo no País.
Dia 18 de agosto, quarta-feira, todos os trabalhadores devem sair às ruas, mesmo com toda a sabotagem da esquerda pequeno-burguesa, para protestar contra a reforma administrativa, a privatização dos correios, os seguidos ataques da direita contra a classe trabalhadora, por uma greve geral de todas as categorias e principalmente pelo fora Bolsonaro e seus golpistas, condição indispensável para a libertação do Brasil.
Que todos os trabalhadores, estudantes, militantes, partidos e associações de esquerda saiam às ruas para abalar as bases desse regime político burguês que quer uma terceira via e programa tão perigosos quanto Bolsonaro.
A saída é Lula com todas as organizações populares pressionando-o para um caminho verdadeiramente de esquerda e popular, sem a presença dos velhos parasitas da nação.
