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Rui no 247

Rui: “A esquerda não é mais participante. Virou torcida do Dória”

Análise desta semana teve Trump, vacina, política auto-destrutiva da esquerda, entre outros assuntos.

Rui Costa Pimenta participou, mais uma vez, do programa Análise Política da TV 247 e foi entrevistado por Gisele Fredericci. Os principais temas do momento foram discutidos e esclarecidos pelo presidente do Partido da Causa Operária. O programa vai ao ar toda terça-feira às 16h. Abaixo, um resumo do que foi discutido no programa de 19/01/2021.

Sobre a questão norte-americana, Rui comentou que a situação nos Estados Unidos é extremamente crítica com relação a possíveis revoltas e levantes populares, tanto de direita quanto de esquerda. Na opinião de Rui, a burguesia imperialista teria mais medo da esquerda do que da direita. A política deles é de procurar desfazer os focos de tensão, dando um auxílio ou outro para a população, por exemplo, ao mesmo tempo em que organiza-se o aparato repressivo cada vez mais.

O presidente do PCO prevê uma nova etapa de “caça às bruxas”, com a revelação de que o governo Biden quer aprovar uma lei “anti-terrorismo” doméstico. “Eu acho que quem tentar, no próximo período, protestar de uma maneira um pouco mais enérgica, usar de violência, – como aconteceu com os negros que queimaram delegacia – o pessoal vai sentir o peso da repressão. E, logicamente, o Trump vai tentar evitar que os seus seguidores e partidários sofram [essa perseguição] com esse perdão antecipado [referindo-se à notícia de que Trump iria perdoar a si mesmo e outras pessoas antes de sair da presidência]. Eu, pessoalmente, não dou muito valor a isso porque eu acho que tudo isso será revertido. O Trump será objeto de perseguição também. (…) A burguesia está assustada e ela vai partir para a repressão mesmo”, arrematou Rui.

Gisele Federicci levantou a questão de Bolsonaro ter dito que as Forças Armadas é quem decidem se o país vive numa ditadura ou não. Essa frase de Bolsonaro representaria uma ameaça de golpe?

Na opinião de Rui, os militares se sentem mais à vontade com o Bolsonaro no poder, apesar de que, no caso de haver um Dória, por exemplo, na presidência, os militares teriam com o mesmo poder. As declarações do Bolsonaro refletem uma posição majoritária do comando das Forças Armadas.

Uma carta de um general do Exército à Revista Época pediu retratação. A revista disse que os militares voltaram a matar brasileiros, desta vez com a pandemia. Uma hipótese levantada por Rui é que tais declarações representam uma defesa da corporação e um pedido para que os companheiros direitistas diminuíssem um pouco o tom das críticas. Outra possibilidade é de que, vendo a crise com o Bolsonaro, os militares tenham emitido um alerta para uma eventual tentativa de desestabilização do governo Bolsonaro. Rui não vê, até agora, nenhum intuito desestabilizador da burguesia contra o governo, mas os militares podem estar antecipando uma defesa do governo.

Sobre a atual situação do governo Bolsonaro, Rui comentou que o Dória fez uma demagogia para vacinar a primeira pessoa, escolheu uma mulher negra. “Mas essa vacinação do Dória vem no marco de uma crise. O Dória prometeu mundos e fundos – o Bolsonaro ironizou até, falou que a vacina do Dória parece pesquisa da Folha de São Paulo, uma hora dá 80, outra hora dá 40. A vacina dele tem 49% de [eficácia]. É a vacina mais ineficiente do planeta Terra e, ao mesmo tempo, é também a vacina mais cara de todas. Ela custará 21 dólares [contra] 7 dólares da vacina da Oxford”, comentou Rui.

Além disso, a vacina ainda não está disponível em larga escala. Se Bolsonaro tivesse recebido a vacina da Índia, ele teria levado essa vitória, porque trata-se de uma vacina mais barata e mais eficaz. Dória e Bolsonaro, que não fizeram nada para a população durante a pandemia, estão numa guerra para as eleições de 2022. Por muito pouco Bolsonaro não puxou o tapeta do Dória. “É possível que setores do imperialismo [tenham impedido] a venda da vacina para o Bolsonaro. (…) A crise vai continuar, apesar do Dória ter vencido por ora, porque o problema da vacina está muito longe de continuar.”, afirmou Rui.

“Se o Bolsonaro, nesse episódio especificamente, – do início da vacinação, não na guerra geral – ele tivesse conseguido passar por cima do Dória, (…) o Dória era carta fora do baralho. [Ele] é uma pessoa impopular, não sei como alguém pode gostar de um João Dória, ele é muito impopular. Ele montou sua política eleitoral em torno do problema da vacina. Quando o Bruno Covas foi eleito, o discurso dele foi o seguinte: é o começo do fim do negacionismo. Quer dizer, o cavalo de batalha do Dória para ser o candidato da Frente Ampla (alternativo ao Bolsonaro) é a vacina. Se ele tivesse perdido aqui, ele era carta fora do baralho”, explicou Rui.

Rui explicou que Dória antecipou a vacinação, mesmo sem haver condições de vacinação em massa, para largar na frente do Bolsonaro e manter as chances de sua candidatura em 2022.

Gisele comentou sobre o comportamento da esquerda diante de toda essa crise e pediu a opinião do presidente do PCO. Rui explicou que a esquerda está completamente à reboque de direitista como Rodrigo Maia, Baleia Rossi etc. “[Essas pessoas] não querem tirar o Bolsonaro. Nada indicou [isso]. É só propaganda eleitoral [quando o Dória chama o Bolsonaro e tal]. (…) A esquerda tem dois problemas. Primeiro, não tem programa. Não sabe o que está acontecendo. Não tem uma definição do panorama político, o que é o fascismo, qual o perigo do fascismo, o que é o golpe de estado, qual o papel dos golpista e a relação deles com o Bolsonaro. Não tem análise nenhuma disso daí. E, segundo, a esquerda está pressionada por uma base de classe média – que é a sua base principal – que tem uma conduta histérica diante da pandemia. O setor mais assustado com a pandemia é a pequena-burguesia, é a classe média”, analisou Rui.

 

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