Nesta semana, o desconhecido prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) enviou um projeto à Câmara Municipal que tornaria a língua guarani a segunda língua oficial da cidade.
Com isso, o idioma indígena seria ensinado nas escolas, principalmente nos territórios indígenas, incentivada a ser usada nos meios de comunicação e tornaria obrigatório produzir campanhas publicitárias institucionais em português e guarani.
Um desavisado poderia até pensar: – “que bonito, o novo prefeito de São Paulo, substituto do fascista Bruno Covas, está preocupado com os índio0s”. Pura ilusão! O fascista Ricardo Nunes está entrando na moda identitária, a moda que finge se preocupar com os oprimidos, enquanto os mantém ainda sob opressão.
Em São Paulo, na zona noroeste, há uma aldeia guarani da etnia Tekoa Pyau com 600 indígenas, aos pés do pico Jaraguá. Os identitários do PSDB, no entanto, não se importam com as condições em que essa população vive.
A realidade desta aldeia é de pura miséria! O projeto incentivará o estudo nas escolas, mas quais escolas? As caindo aos pedaços, sem estrutura básica, como água potável, sem merenda. Quem não lembra do episódio da ração do Doria para as escolas de São Paulo, imagina o tipo de ração que mandariam para as crianças indígenas?
Para demonstrar a precariedade da maior aldeia guarani na cidade de São Paulo, em fevereiro deste ano, um jovem da tribo precisou fazer uma vaquinha virtual para trocar a caixa de eletricidade e disjuntores do poste da aldeia que queimou e deixou 92 famílias sem energia durante a pandemia. O prefeito Ricardo Nunes, antes de mandar projeto para a Câmara sobre a língua guarani, deveria garantir energia para essa população, mas serviços básicos não são a preocupação dos identitários…
Não precisa conhecer pessoalmente o local, uma busca rápida sobre a aldeia na internet e será fácil notar que a população está abandonada pela prefeitura, os Takoa sobrevivem a base de campanhas de caridade para arrecadar alimentos e suprir outras necessidades. Do governo estadual e municipal, as únicas iniciativas que temos notícia são de reintegração de posse. Direito à terra, como podemos ver, não é tema para o prefeito.
O projeto de tornar a língua guarani “cooficial”, assim como a campanha em torno da derrubada de estátuas de escravocratas, etc. é uma luta em defesa de um índio imaginário, pois os índios de carne e osso da atualidade estão passando por maus bocados na mão dos governos ditos democráticos, como o de João Doria. Esses golpistas estão prostituindo a luta do índio para fazer campanha eleitoral, trata-se apenas disso.