Em maio de 2020 o Partido dos Trabalhadores (PT) se juntava à direita em São Paulo para impor o chamado “lockdown” no Estado, a quarentena. A medida não funcionou, e serviu apenas para colocar a Polícia Militar no encalço da população pobre, agora sob o pretexto de combate ao COVID-19.
Toda essa tática demonstrou ser uma medida completamente impopular, e uma farsa, na verdade, pois o trabalhador não apresentava condições de permanecer dentro de casa já que não tinha recursos básicos para sobreviver, e isso foi de água e sabão, até comida.
A política, vendida pela direita como medida de saúde pública contra o coronavírus, e comprada pela esquerda majoritária como “sensata”, se revelou uma completa ação para esconder o abandono da população pobre, tornando caso de polícia aquele trabalhador que não tinha recursos para se manter dentro de casa. Dessa forma, a repressão contra os trabalhadores pobres foi dura e, ainda pior, apoiada pela esquerda. Este diário vem denunciando que o lockdown não é uma demanda da população, mas sim uma palavra de ordem dos capitalistas.
Dessa vez, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), se une ao empresário capitalista ACM Neto (DEM) para impor um novo lockdown na Bahia. Léo Prates, secretário municipal da saúde de Salvador (BA), declarou em entrevista na última terça-feira (22) a um órgão da imprensa burguesa, a CNN Rádio, que nunca viveu uma situação de caos como a que o estado passa hoje.
Os hospitais chegaram a 85% de sua capacidade e os números indicam um crescimento difícil de controlar, o que pede a abertura de novos leitos. Declarou ainda, fazendo seu trabalho de porta voz do conluio de Rui Costa com a direita, que há a possibilidade de imposição de um novo lockdown, e que a culpa é da população, que não colaborou com as medidas de combate ao vírus.
Ora, o que está ocorrendo de fato é que o governo da Bahia, junto aos empresários da direita, querem jogar toda a culpa desse caos para a população, e repreender as denúncias de abandono do governo aos trabalhadores pobres.
O governo da Bahia se vende como humanitário, mas só abre leitos à medida que a população vai está sendo sufocada pelo vírus. O governo não providenciou o auxílio emergencial para a população desempregada, para os trabalhadores informais, forçando-os a se expor em alto risco ao contágio do vírus. O governo não coibiu os empresários de continuarem cobrando energia e água da população.
E é com a polícia que a direita na Bahia pensa em conter a revolta da população, que está sob ameaça de ter que parar de trabalhar sem nenhuma garantia de ter o que comer. O lockdown não é uma medida que atende às necessidades do povo trabalhador na Bahia. Ela funciona como repressão e demagogia da direita, que finge estar salvando a população trabalhadora, quando está forçando ela a ficar em casa e morrer de fome, abandonada.