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Abençoados por Walfrido Warde

PSOL e PCdoB, a ala esquerda do golpe contra a candidatura Lula

Partidos da esquerda pequeno-burguesa vão demonstrando, cada vez mais, que seu carreirismo está acima de qualquer coisa

boulos

Na última semana, veio a público que o pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, resolveu fazer um “passeio pelo parque” junto à ex-presidenciável Manuela D’Ávila (PCdoB) e à presidenta usurpadora da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, também do PCdoB. No mesmo período, Brelaz ainda fez questão de divulgar que sua visita ao escritório de Walfrido Warde, o empresário lavajatista que preside o Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).

O IREE passou a ser assunto na política nacional desde que este Diário começou a publicar a série de reportagens bombásticas mostrando a sua relação íntima com o imperialismo e, ao mesmo tempo, com personagens que orbitam a esquerda. O próprio Walfrido Warde é sócio de ex-juiz Sérgio Moro, o carrasco do ex-presidente Lula, e tem um histórico de parcerias com a think thank Global Americans, que é financiada pela CIA para promover golpes de Estado em todo o planeta. Participam do IREE tanto figuras sinistras como Leandro Daiello, ex-chefe da Polícia Federal e Sérgio Etchegoyen, homem da mais alta cúpula das Forças Armadas, como também os supostamente esquerdistas Silvio de Almeida e Guilherme Boulos.

O que seria capaz de unificar setores supostamente tão distintos? Estariam o PSOL, na figura de Boulos, e o PCdoB, na figura de Bruna Brelaz, “furando a bolha” e, de maneira “genial”, arrastando os maiores bandoleiros da política internacional para o lado da esquerda? Ou simplesmente estariam o PSOL e o PCdoB, como partidos de uma esquerda pequeno-burguesa, muito distante do movimento operário, a reboque do imperialismo?

Para responder isso, basta analisar qual é a política que os parceiros, diretores e funcionários do IREE têm defendido. A Global Americans continua igualmente golpista, defendendo o golpe na Nicarágua, na Venezuela e em Cuba. ONGs como essas são simplesmente proibidas nesses locais. A amizade de Warde com Moro não é algo “do passado”: em novembro de 2020, depois que o ex-juiz já tinha, inclusive, integrado o governo Bolsonaro, Warde lhe garantiu um contrato de R$750 mil. Sérgio Etchegoyen, por sua vez, foi o responsável por reabrir o órgão de espionagem contra o próprio povo brasileiro que existia na ditadura militar e, até hoje, não se mostra arrependido.

Não, o imperialismo não mudou de política. E quantos aos “esquerdistas” que estão metidos nessa orgia política do IREE, pode-se dizer que também não há uma mudança na política que defendem, mas sim que sua política sempre foi a mesma que essas figuras sinistras que dirigem o IREE.

Afora a demagogia pseudo-esquerdista de Boulos, Brelaz e D’Ávila, todos eles, sem exceção, se mostraram alinhados ao imperialismo em cada etapa do golpe de Estado. Em 2014, quando a direita procurava impedir a reeleição do PT, Guilherme Boulos foi a principal liderança do movimento “Não vai ter Copa”, uma campanha abertamente golpista. No ano seguinte, fundaria a “Frente Povo sem Medo”, cujo objetivo era atacar o governo do PT quando ele estava sendo derrubado pela direita. Em 2018, lançou candidatura própria para tentar roubar os espólios da candidatura de Lula, que foi impedida pelo regime golpista. Boulos não participou de um único ato pela liberdade de Lula.

O histórico de Manuela D’Ávila é semelhante, embora tenha sido alçada a uma posição de destaque mais tardiamente. D’Ávila começou a ser projetada em 2018, quando, pela primeira vez em décadas, o PCdoB decidiu lançar um pré-candidato a presidente da República. O movimento tinha claramente o mesmo objetivo que a candidatura de Boulos à época: o PCdoB tinha o cálculo de que Lula seria cassado e que, portanto, o partido poderia abocanhar uma parte dos votos do ex-presidente. Manuela D’Ávila só desistiu de sua candidatura no último instante, depois de seu partido impor uma série de exigências ao PT.

O papel de Bruna Brelaz no golpe é ainda mais recente. Brelaz foi “eleita” presidente da UNE em um Congresso-farsa no ano de 2021, herdando uma entidade sequelada pela política desastrosa de seus antecessores. Brelaz logo ganhou destaque na Veja e na Folha de S.Paulo para expressar o setor mais direitista que integrava o movimento Fora Bolsonaro, defendendo abertamente a frente ampla com a direita. Após ter participado, à revelia da própria direção da UNE, do ato organizado pelo MBL e por João Doria (PSDB), Brelaz conseguiu, em tempo recorde, ser odiada pelas bases da UNE.

O que o IREE busca, junto ao PSOL e ao PCdoB, é formar uma “esquerda” no Brasil que seja, em seu conteúdo, profundamente direitista. Uma “esquerda”, portanto, que tenha como principal função concorrer com uma esquerda que tenha uma base verdadeiramente popular: o PT.

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