Dentro da classe média há uma grande parcela que vê o judiciário como o pilar da democracia. As publicações de Marya Olímpia Ribeiro Pacheco, promotora do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em suas redes sociais, mostram o quão tolo este modo de ver o Judiciário é.
Autodeclarada militante virtual (ou o que quer isso signifique) do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, Marya Pacheco publicou, no dia 17 de setembro de 2016, sete imagens com cartazes de conteúdo nazista, em especial, em suporte ao líder nazista Adolf Hitler.
Alguns dirão que promotora do MPDFT é um caso isolado. Entretanto, isso não parece ser verdade.
A história recente do Brasil mostra que o judiciário nada tem de democrático. Pelo contrário, é uma instituição com forte tendência golpista e uma ideologia completamente reacionária. A Lava Jato é a grande prova disto.
Liderada pelo ex-juiz Sérgio Moro, sob comando das agências de inteligência norte-americanas, a Lava Jato expôs o que há de mais reacionário no judiciário brasileiro. Como intuito de prender os ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, personagens do naipe de Deltan Dallagnol, Sérgio Moro e outros rasgaram completamente qualquer manual jurídico.
Agindo como um grupo acima não apenas da lei, mas acima de todas as pessoas, integrantes do judiciário brasileiro fazem o que querem e quando bem assim o entendem. Leis são ignoradas e até mesmo as bases do direito brasileiro, de influência romana, são trocadas em favor de escolas estrangeiras completamente incompatíveis com o direito brasileiro como a Common Law.
O objetivo desta casta não são ideias abstratas como o direito ou a justiça, mas a execução de interesses pessoais e a manutenção das estruturas de poder e opressão sobre a população.
Se contra a personalidade mais popular do país, Lula, desmandos e arbitrariedades de todo o tipo foram realizados, pior ainda é feito com a camada mais pobre da sociedade. O Monitor da Violência publicou, em 19 de fevereiro de 2020, levantamento onde 31% dos mais de 710 mil presos brasileiros não haviam sido julgados. E este número deve ser até “comemorado”, pois no ano anterior a situação era ainda pior, onde 35,9% dos presos ainda aguardava julgamento.
Isto mostra que o judiciário do Brasil segue o protocolo de prender para depois julgar. Similar ao que a polícia brasileira faz, atira e depois pergunta.
Não é possível dizer que o judiciário brasileiro é democrático. É um completo e total contrassenso!
Diferentemente dos poderes executivo e legislativo, o judiciário vive à margem da sociedade. Seus membros não são eleitos pelo povo e, por isso, não tem como obrigação atender a este, mas sim a seus interesses próprios pessoais e de casta privilegiada.
Tanto o caso de Marya Pacheco quanto o da camarilha que comanda a nauseabunda Lava Jato mostram o caráter de classe da máquina judiciária brasileira. Pode se afirmar, sem medo de ser leviano, que a justiça brasileira é uma justiça para poucos. Enquanto isso, a imensa maioria da população se vê refém destes mandarins que vociferam termos em latim.
A única alternativa é o fim do MP e de outras estruturas da justiça como vemos hoje, assim como da Polícia Militar.
No lugar do aparelho jurídico e de repressão, deve ser realizado um mecanismo para que juízes e promotores sejam eleitos pela população. Somente desta maneira será possível garantir um judiciário que seja justo sobretudo com o povo. Do modo que tem-se hoje, a justiça serve apenas aos mais ricos.