No último dia 06 de março, os professores das escolas particulares da cidade de São Paulo decidiram, em assembleia, decretar greve por tempo indeterminado a partir desse dia 11 de março contra a abertura das escolas.
A decisão se deu antes do anúncio da justiça que no último dia 09 determinou que os professores de escolas públicas e privadas não podem ser chamados para o trabalho durante as fases vermelha e laranja do Plano São Paulo, mas deixa o caminho aberto para que outros profissionais, da rede privada, continuem trabalhando presencialmente, tais como monitores ou estagiários dentre outros funcionários. Determinação essa que difere da rede estadual de ensino que, além dos docentes, outros profissionais não podem ser convocados, como diretores, coordenadores e supervisores, categorias representadas, pela Udemo (Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial) e Apase (Sindicato dos Supervisores de Ensino), na ação judicial.
A decisão judicial não determina o fechamento das escolas e ainda cabe recurso.
Mesmo com a determinação da justiça o presidente do Sieesp (Sindicato das escolas particulares do estado), Benjamin Ribeiro, “orientou os diretores a manterem os colégios abertos, com a convocação atual de todos os profissionais, até que haja determinação explícita da Secretaria Estadual de Educação para alguma mudança”, para o criminoso Ribeiro “nós respondemos à secretaria, nos reportamos a ela. Até receber qualquer orientação, mantenho as aulas normalmente” Folha de S. Paulo 09/03/2021.
A declaração do presidente do sindicato patronal não deixa dúvida de que interessa para esses parasitas da população é apenas o lucro, descartando por completo a preocupação com a vida de centenas de milhares de vidas, que correm o risco de morte com a contaminação.
A decisão da categoria de professores das escolas particulares deu-se, principalmente, pelo alto índice de contaminação e de morte de professores, justamente em um momento em que a população sofre o pior momento, devido ao total descontrole das autoridades públicas do estado mais rico da federação, desde o começo da pandemia, ao apresentar o maior índice de mortes pelo COVID-19 em todo o país.
Segundo o sindicato dos professores da rede privada, Sinpro-Sp, através de monitoramento feito por eles mesmos, “por meio de uma plataforma que recebe denúncias de casos de doenças, cerca de 231 escolas particulares têm casos confirmados de COVID-19 em estudantes, professores ou trabalhadores” na rede de ensino privado, conforme matéria no site da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Na categoria como um todo, já são mais de três mil professores, funcionários, diretores e estudantes infectados e mais de 100 mortes provocadas pela reabertura das escolas, imposta pelos governos genocidas de João Doria, Bruno Covas, dentre outros que, no caso das escolas particulares praticam a mesma política do, também genocida, Jair Bolsonaro, que deixa o povo morrer com o objetivo de favorecer os tubarões capitalistas do ensino.
Nessas atuais condições é necessário aprofundar a greve da categoria, estendendo a paralisação para todos os profissionais da rede de ensino privado. Os patrões, é claro, tentarão a todo o custo manter os seus lucros às custas das mortes dos trabalhadores e, contam a seu favor, principalmente, com os seus representantes nos governos estaduais e municipais e também na esfera judicial.
É necessário que as organizações de luta dos trabalhadores, através da formação dos comandos de greve, tenham como um dos eixos principais a discussão, com a comunidade escolar de fechar todas as escolas e se opor à política criminosa de se manter as escolas abertas. Intensificar a mobilização contra o crime da volta às aulas sem que toda a comunidade escolar seja imunizada.