Na última quarta-feira (3), a PGR (Procuradoria-Geral da República) questionou decisão do ministro do STF, Ricardo Lewandowski. Os embargos de declaração são contrários à decisão do ministro em dar acesso à defesa do ex-presidente Lula a conversas de membros do Ministério Público e do ex-juiz Sérgio Moro.
Para a PGR, existem contradições na decisão de Lewandowski, pois o processo original tratava de outro assunto, além disso, a Procuradoria alega que a ordem do ministro não delimitou o alcance do acesso autorizado e omitiu parecer sobre parte do material que seria de “natureza privada”.
O ministro do STF Edson Fachin já havia, anteriormente, negado o mesmo pedido. Porém, Lewandowski suspendeu o sigilo das conversas na últimas segunda-feira (1º). O conteúdo mostra procuradores e juiz tramando contra o réu em clara demonstração de perseguição política.
Ainda nesta semana, na quarta-feira (3), o Ministério Público Federal divulgou que a operação Lava-Jato havia sido extinta na segunda-feira (1º). Na mesma quarta-feira, o Procurador Geral da República, Augusto Aras, disse à imprensa que a operação Lava-Jato apenas mudou de lugar, ela continuaria a atuar dentro de outros grupos no MPF. Ou seja, os indivíduos responsáveis pela perseguição criminosa contra Lula ainda estarão atuando no mesmo MPF.
Temos visto, desde a divulgação das conversas do Telegram entre procuradores e juiz, a desmoralização total da operação Lava-Jato. Uma farsa que foi denunciada pelo jornalista Glen Greenwald e que inclui agências do imperialismo norte-americano e seus agentes em território brasileiro. Um dos maiores escândalos jurídicos da história do país, sem dúvida alguma.
Ficou claro que a Lava-Jato, a Lei da Ficha Limpa e a condenação em segunda instância foram instrumentos inventados para tirar o ex-presidente Lula da candidatura à presidência em 2018, o que abriu caminho para a eleição do Bolsonaro.
Apesar de toda a fraude ter sido desmascarada, ainda há setores decididos em manter a perseguição contra o ex-presidente, visando impedi-lo à candidatura em 2022. Com tudo isso, não resta nenhuma outra medida para a esquerda que não a de reivindicar o cancelamento de todos os processos contra Lula.
Recentemente, o juiz Gilmar Mendes disse que Lula mereceria “um julgamento justo”. Não! Lula não merece qualquer processo, visto que não há motivo algum para qualquer processo judicial contra o ex-presidente. Qualquer organismo da esquerda, que não se manifeste contrariamente à todo este processo de perseguição política contra a figura mais popular do país, será cúmplice dessa perseguição. Trata-se de um assunto imediato do mais alto grau de importância e, portanto, toda a esquerda já deveria ter se manifestado.
Existe uma tendência, em setores da esquerda, de comemorar decisões menores favoráveis ao ex-presidente Lula. Ocorre que existe toda uma gama de indivíduos ainda muito ativos no objetivo de manter Lula fora do poder político e tal fato deve ser entendido pela esquerda e propagandeado à população.
É preciso uma campanha imediata pela anulação de todos os processos contra o ex-presidente, pela restauração de todos os seus direitos políticos, pela sua candidatura em 2022 e por Lula presidente! Este seria um grande passo adiante na luta contra o golpe, pois mobilizaria o povo e faria retrair as forças reacionárias, abrindo caminho para novas conquistas da população.