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Contra o golpe

Para Lula ser candidato é necessário lutar, nada está garantido

A burguesia não está disposta a abrir mão do poder para paralisar uma possível explosão social. Se for o caso ela vai eleger o Bolsonaro de novo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuperou seus direitos políticos recentemente, devido à crise interna no bloco golpista, que fez com que a Lava Jato fosse freada pelo próprio Supremo Tribunal Federal (STF) que anteriormente a impulsionou. No entanto, sua candidatura ainda não está garantida.

A burguesia está em campanha para enfraquecer a polarização (Lula vs. Bolsonaro) e abrir caminho para seu candidato da direita tradicional em 2022. Os capitalistas também já sinalizaram que se isso não for possível, apoiarão novamente o capitão fascista, como nas últimas eleições. Portanto, para que Lula seja candidato será necessário travar uma luta contra a burguesia e os golpistas, que farão de tudo para impedir que o ex-presidente concorra e vença as eleições.

Não está garantido que Lula seja candidato.

No intuito de salvar a Lava Jato, o ministro golpista Edson Fachin, do STF, considerou que a 13ª Vara de Curitiba não tinha competência para julgar Lula em 4 processos (Triplex, Sítio de Atibaia e 2 do Instituto Lula). Isso foi uma tentativa de evitar que Moro e os demais integrantes da Força Tarefa em Curitiba se tornassem réus devido as inúmeras arbitrariedades e crimes que cometeram nestes processos, com o objetivo de perseguir, principalmente o ex-presidente Lula.

Por outro lado, a posição do ministro relator da Lava Jato não é a única dentro do Supremo. Um outro bloco, liderado pelo ministro golpista Gilmar Mendes, levou adiante o processo de suspeição de Moro. Por 3 a 2, ele, Lewandowski e Carmen Lúcia, derrotaram Edson Fachin e Nunes Marques, considerando Moro como suspeito no processo do triplex. Processo que o então juiz condenou Lula a 9 anos e meio de prisão sem qualquer prova.

A recuperação dos direitos políticos de Lula e a suspeição de Moro com certeza foram vitórias parciais do movimento da luta contra o golpe de Estado, que escancararam o tamanho da crise dentro do bloco golpista. No entanto, mesmo ao ter que fazer concessões e recuar na cassação dos direitos de Lula, Fachin não extinguiu todos os processos. Sua decisão teve efeito sobre os 4 processos que tramitavam em Curitiba, de forma que as sentenças dos casos do Triplex e do Sítio de Atibaia foram anuladas e junto com os 2 casos do Instituto Lula, foram remetidos para uma Vara de Brasília, onde continuarão nas mãos de outro juiz.

Da mesma forma, a suspeição de Moro teve como objetivo manter a desmoralização, pelas arbitrariedades cometidas, restritas à Lava Jato e ao ex-juiz. Um detalhe que ilustra isso foi que o voto decisivo para condenar Moro veio da ministra golpista Carmen Lúcia, a mesma que diante de um habeas corpus aceito pelo desembargador Favreto, para que Lula fosse solto, mandou que Polícia Federal não libertasse o ex-presidente. Ou seja, a ministra, de forma criminosa, interviu em outro poder (o Executivo), para manter o petista preso. O fato de Carmen Lúcia ter votado contra Moro, é uma tentativa de se desvincular das arbitrariedades que o juiz cometeu com a chancela dela própria.

Contudo, vale destacar que Lula tem 8 processos, e que o recuo dos golpistas não extinguiu nenhum deles, apenas fez com que metade voltasse a tramitar nas mãos de outro juiz. Logo, até as eleições de 2022 a burguesia continua com várias “cartas na manga”. Isso demonstra que nada está garantido.

É necessário um plano de lutas

A incompreensão sobre o estágio atual da luta contra o golpe, levará os dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) a acharem que se caminha para uma situação como 2002 e que Lula vencerá sem luta. Já há vários setores dentro do PT que dão a candidatura de Lula e a vitória de Lula como certa. Pior, que consideram que isto estaria dado porque Lula vai reeditar as alianças de 2002.

Esta é uma ilusão que não se sustenta em dados concretos e facilitará a derrota do PT. Lula não tem nada garantido, todos os sinais apontam que a burguesia não quer Lula: os capitalistas do mercado especulativo, os banqueiros, os industriais, a imprensa burguesa, a direita golpista, etc. Ignorar isso pode empurrar o PT para posições direitistas, que em última instância, facilitarão a vitória para Bolsonaro.

Para Lula ser candidato e ganhar é preciso lutar! É preciso ter um plano de lutas! Para derrotar a burguesia Lula e o PT precisam de apelo popular, precisam sinalizar ao que vieram, quais interesses defendem, porque a burguesia não quer a vitória de Lula. As eleições de 2022 não são as de 2002. Pelo contrário, serão muito mais semelhantes as de 1989, onde a burguesia se unificou para evitar a todo custo que Lula e o PT vencessem, mesmo com apoio popular. A burguesia não está disposta a abrir mão do poder. Se for necessário procurarão eleger Bolsonaro novamente.

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