O jornal O Globo publicou, na manhã desta quinta-feira (07), uma matéria atacando o Partido da Causa Operária (PCO) e comparando-o ao bolsonarismo. Diz o título do artigo: “Considerado de extrema esquerda, PCO tem agenda próxima do bolsonarismo”.
A matéria tem como mote a polêmica em torno das hostilizações a Ciro Gomes por parte dos manifestantes no ato Fora Bolsonaro de 2 de outubro na Avenida Paulista.
Trata-se de um conteúdo produzido com a exclusiva finalidade de caluniar o PCO. Não há nada de novo no artigo de O Globo. No entanto, vamos rebater rapidamente as calúnias (publicaremos na edição de amanhã um artigo mais aprofundado contra essas calúnias).
O Globo diz que o PCO “é majoritariamente um partido de homens brancos”, ignorando propositalmente que em 2014 o PCO lançou três candidatas mulheres, dos cinco candidatos ao governo naquele ano. Em 2020, o PCO foi o partido que mais lançou candidatas mulheres a prefeitas de capitais. O PCO lançou candidatas mulheres a prefeitas em três capitais (Belo Horizonte, Maceió e Teresina) e candidatos negros em outras duas (Salvador e Recife).
O jornal da família Marinho ainda comparou o PCO com Bolsonaro, afirmando que ambos defendem o porte de armas e a formação de milícias populares. Mas Bolsonaro nunca defendeu a formação de milícias populares. Enquanto Bolsonaro defende o fortalecimento do aparato repressivo, da polícia e do Exército, o PCO defende a dissolução de todo o aparato repressivo, o fim das polícias, a formação de milícias populares integradas pelos próprios trabalhadores.
Bolsonaro não defende o porte de armas para todos os cidadãos. Defende apenas para os latifundiários e empresários. O PCO defende que o MST, a CUT e todas as organizações populares, todos os trabalhadores e o povo oprimido possam se armar, justamente para combater o Estado, os capitalistas e os latifundiários.
Por outro lado, O Globo, este sim, é muito próximo a Bolsonaro. Afinal, foi esse jornal o porta-voz do golpe militar de 1964 e da ditadura idolatrada por Bolsonaro. O Globo foi um dos principais articuladores do golpe de 2016 contra o PT, dentro do qual a burguesia utilizou O Globo e toda a Rede Globo para promover manifestações da extrema-direita fascista cujos participantes tornaram-se, em sua esmagadora maioria, em eleitores de Bolsonaro.
E não podemos deixar de lembrar: O Globo ataca o PCO para tentar acabar com a ala combativa do movimento Fora Bolsonaro e, por fim, destruir esse movimento, para garantir que a esquerda não consiga derrubar o presidente fascista e que, somente em 2022, Bolsonaro saia do poder ─ mas somente se for substituído por alguém da direita. Caso contrário, o Globo não hesitará em apoiar Bolsonaro novamente, como sempre o fez.
