A chamada terceira via não foi bem recebida pelos manifestantes nos atos de sábado, dia 2, realizados em todo Brasil. Especialmente em São Paulo, os integrantes e defensores da terceira via foram espetacularmente vaiados quando apareceram no carro de som.
O maior deles, Ciro Gomes (PDT), foi vaiado antes mesmo de falar. Logo que correu a notícia de que ele estaria presente na manifestação, e que ele teria chegado, as vaias começaram a aparecer no público presente, povo do asfalto, que foi ultrajado com as manobras dos coordenadores da manifestação com a presença de golpistas no carro de som.
Antes de Ciro, o próprio Paulinho da Força Sindical já havia dado o ar da graça no carro de som e sua rápida passagem também foi registrada com as vaias da maioria da manifestação. Isso porque havia uma claque contratada pelo PDT para dar um ar popular à presença de Ciro “Abutre” Gomes na manifestação da esquerda, mas que não conseguiu enganar ninguém. Essa manobra fracassou.
Ciro Gomes tentou falar mais alto que as vaias que viam das ruas, em uma espetacular demonstração da rejeição do povo à terceira via. Não eram só as vaias, mas várias palavras de ordem em defesa de Lula foram entoadas, na defesa de Lula presidente, o que incomodou não só Ciro Gomes mas boa parte dos que lá estavam.
O líder do PDT, já ao final do discurso inaudível, falou que havia fascistas de vermelho, se referindo claramente aos manifestantes da Avenida Paulista que vaiavam o cidadão que ainda na semana que passou chamou Lula de canalha em sua rede social.
Pelo que consta dos noticiários, algumas pessoas da esquerda foram tirar satisfação de Ciro Gomes quando ele resolveu ir embora do ato. Teve correria e troca de socos nas proximidades do Masp, o que devolve parte do troco da atividade golpista de Ciro Gomes.
Outras pessoas que falaram no carro de som, sobre “unidade”, sobre defender apenas o fora Bolsonaro e não falar nada sobre Lula também foram vaiadas pelos manifestantes. Ao contrário do que pensam os organizadores, a situação para o povo está muito bem definida.
Ou seja, é preciso lutar pelo fora Bolsonaro, sua saída imediata e por Lula presidente, única pessoa capaz, no atual estágio, de levar consigo os anseios populares. A terceira via, nesse sentido, foi derrotada nos atos de sábado, foi impugnada pelos manifestantes de carne e osso, pelo povo comum, trabalhador, e que foi às ruas para protestar e não para ouvir demagogia de golpistas de carteirinha.
Um dos representantes da terceira via, o senhor João Doria, não compareceu à manifestação (sabendo que não seria uma boa) e mandou o presidente do PSDB municipal, Fernando Alfredo, que mal falou no carro de som devido à raiva dos manifestantes com o partido que mais atacou o povo brasileiro ao longo de sua história. Garrafas de plástico, bolinhas de papel e outras coisas voaram no rumo do emissário de Doria, que poderia ter pago um preço muito mais caro por tamanho acinte.
No carro de som especulou-se sobre a presença de uma pessoa integrante do PSL, ex-partido de Jair Bolsonaro. Em resposta, alguém disse: “Até parece, tem o pessoal do PCO aqui. Imagina o que ia acontecer se ele viesse”. Não era só a presença do PCO, mas a rejeição dos manifestantes diante da farsa montada para o ato, diante das seguidas tentativas da direita sequestrar a luta pelo fora Bolsonaro, em conluio com a esquerda pequeno-burguesa.
A rejeição demonstrada nos atos de sábado (há registros de vaias contra direitistas em quase todas as manifestações) apenas comprovam que o povo não está disposto a aceitar a terceira via, não está disposto a engolir essa manobra escandalosa. E que quer lutar, lutar pela saída de Bolsonaro e por Lula presidente. A terceira via, nesse sentido, sofreu uma dura derrota nos atos de sábado.
