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Dois lados da mesma moeda

O jogo sujo das duas vias da direita pelo poder

Enquanto o STF implementa uma verdadeira ditadura contra os direitos democráticos da população, Bolsonaro agita a caserna sinalizando um possível golpe com o apoio dos militares

A crise do regime golpista se acentua à medida que as eleições se aproximam. Como duas vias que levam ao mesmo destino, as duas facções da direita se enfrentam para decidir quem ficará com o poder do Estado. Se Bolsonaro tem como aliado militares e policiais, a outra facção em disputa, concentrada nos partidos tradicionais da direita (PSDB, MDB, DEM etc.), caminha com a ajuda dos burocratas do judiciário. Em ambos os casos, o uso da força assume formas diferentes, mas se dirige no sentido de uma ditadura; seja ela sob a tutela dos militares, seja sob a toga dos ministros do STF.

Enquanto o STF implementa uma verdadeira ditadura contra os direitos democráticos da população, Bolsonaro agita a caserna sinalizando um possível golpe com o apoio dos militares. Como se pode observar, a movimentação dos policiais e militares para o dia 7 de setembro é a prova de que a atmosfera dos quartéis está impregnada da essência podre da extrema-direita. É bem verdade que a direita tradicional, apoiada nas instituições, investe contra o bolsonarismo para emplacar seu candidato. Sob o pretexto de ataque à democracia, os sicofantas de toga assumiram a posição de déspotas do regime, agem como poder moderador e rasgam a constituição sempre que esta não lhes sirva. A prisão de elementos da extrema-direita como Roberto Jefferson e Daniel Silveira nada tem a ver com a defesa da democracia. Se fosse assim, Bolsonaro e os militares deveriam estar presos por terem comemorado o golpe militar de 1964; mas nada fizeram. E, não esqueçamos! – foi esse mesmo STF que proibiu Lula, o candidato com maior apoio popular do país de participar das eleições de 2018. Trata-se, portanto, de uma manobra do judiciário para intimidar a facção bolsonarista. O problema, porém, é que Bolsonaro tem uma artilharia muito mais perigosa e não é nada difícil que esse material bélico saia às ruas.

Não seria conveniente para a burguesia adotar uma medida extrema na atual situação. Bolsonaro não está neste momento na política de golpe militar para impor uma ditadura como dizem. Ele está brigando pelas eleições de 2022, e os militares também. Nessa briga, a direita tradicional joga sujo com ele, por medidas ditatoriais do STF etc. Bolsonaro, por sua vez, joga sujo também. O capitão boçal lança suas cartas e são cartas muito perigosas. Porque ele tem o poder de mobilizar suas bases que são os policiais, militares, milicias do campo etc. As eleições de 2022 não serão ganhas com pesquisas eleitorais, mas sim na base da força, como essas medidas autoritárias do STF contra Bolsonaro de um lado, e de outro lado Bolsonaro levando os policiais e militares nas ruas.

Com toda certeza, essa movimentação dos bolsonaristas é preocupante para o conjunto da esquerda. A própria burguesia teme perder o controle do regime caso a extrema-direita bolsonarista muito presente no aparato repressivo resolva sair às ruas com o intuito de pressionar as instituições. Quanto a isso, nem mesmo a burocracia do STF saberia como lidar. Os policiais, como uma das principais bases sociais do bolsonarismo, prometem defender o líder do executivo caso seja necessário. E como a oposição a essas duas facções reagiu a essa ofensiva?

Diante dessa questão, ao invés de convocar atos em todo o país no dia 7 de setembro, a esquerda está capitulando mais uma vez. Não está convocando atos para o dia 7, demonstrando que não compreenderam a gravidade da situação; pior, alimentam a ditadura do judiciário apoiando as ações arbitrárias dos ministros do STF. Nesse sentido, além de alimentarem na população a crença nas instituições golpistas, acabam por fazer do Bolsonaro o defensor dos direitos democráticos. Poderiam, ao menos, denunciar as duas facções como defensores de uma ditadura contra o povo. Mas, não; agarraram-se às instituições para manter em pé o regime golpista e conseguirem em 2022 um cargo no Congresso Nacional. Enquanto as duas facções da direita jogam sujo, a esquerda varre a sujeira de uma delas para debaixo do tapete achando que estão combatendo um lado, quando, na verdade, estão estimulando o recrudescimento da extrema-direita e agindo contra a conscientização das massas. Não se pode ser cúmplice dessa podridão, é preciso ter uma posição independente que denuncie todas as falcatruas da direita, seja ela qual for. No final das contas, essa esquerda que não denuncia a direita vai acabar fazendo com que a população pague a conta da destruição que essa guerra entre as duas facções deixará.

Felizmente, na contramão da política capituladora desse setor da esquerda, há uma tendência de luta se desenvolvendo no interior do movimento, representada sobretudo pelo PCO, pelos comitês de luta e pela CUT. E esse setor teve uma importante vitória ontem (25), quando garantiu que o ato do dia 7 de setembro fosse marcado para o centro de São Paulo, no Vale do Anhangabaú. Agora é hora de arregaçar as mangas e convocar aos quatro ventos atos em todo o País pelo Fora Bolsonaro, fora Bolsodoria e todos os golpistas.

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