O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou hoje (13), que as aulas presenciais retornarão no dia 26 deste mês em todo Estado. O método utilizado será o semipresencial, onde parte da turma irá à escola segundas, quartas e sextas e a outra nos demais dias (sábado incluído). Em outras palavras, o estudante vai à escola um dia para pegar a doença e fica no posterior para contaminar seus parentes.
O anunciou foi feito após a constatação, através de números nem um pouco confiáveis, de que a COVID-19 estaria recuando na Bahia. Entretanto, Rui esquece de dizer aos baianos que os números de mortes diárias hoje são próximos aos números da pior fase da primeira onda da doença no Estado (agosto de 2020), ainda que melhores à situação desesperadora que ocorrera em maio e junho deste ano.
Rui se pautou em dois pontos principais: taxa de ocupação de UTIs e número de casos.
O primeiro ponto é uma total fraude. Salvador, capital do Estado, por exemplo, mais de que dobrou o número de leitos de dois meses para cá, saindo de 350 leitos para 720 leitos. Isso explica a queda na taxa de ocupação de UTIs. Além disso, muitas UTIs que eram utilizadas para pacientes com outras enfermidades foram colocadas para atendimento da COVID e agora estão retornando ao seu uso anterior, demonstrando uma verdadeira política de colchão curto.
Sobre o número de casos, a fraude é ainda mais assombrosa. Aparentemente, mesmo com menos de 15% da sua população com imunização completa, o número de casos despencou. Todavia, sabe-se muito bem que o que ocorre é que as prefeituras não estão testando a população. Algo bem próximo do que foi visto no período eleitoral em 2020.
A reabertura das escolas, ao contrário do que é dito pelo governador, não é para atender aos alunos mais carentes, mas para atender à demanda das falidas escolas particulares e justificar grandes eventos (privados) na Bahia.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM) anunciou que em 29 de julho será realizado um “evento teste” em Salvador para 500 pessoas. Enquanto isso a capital baiana limita os grupos de vacinação por dia para evitar manchetes mostrando a falta de vacinas.