O caos no fornecimento de energia elétrica para os povos da região Norte do país ficou muito evidente em 2020. Divulgada no mundo todo, o vexame do governo Bolsonaro em forte apagão, enquanto esbanjava compras não explicadas pelas forças armadas e mesmo pelo Planalto, deixaram a burguesia no modo de espera pelo espólio político.
A burguesia, através de seus principais capitalistas, não esconde a vontade de trocar o Bolsonaro por alguém menos tosco na aparência, mas de mesma qualidade na essência, desejoso de levar adiante a confusão política que concentra as riquezas do país nas mãos de poucos, destina o Brasil a ingerência do Imperialismo em razão de atividades insanas na área da ecologia e empobrece mais ainda grupos civis históricos de proteção da floresta e pela agricultura familiar, formas econômicas ante monopólios e de reforço da economia popular da região da Amazônia Legal.
Diante desse quadro, ficou evidente que o requentar do assunto pela Rede Globo nessa segunda-feira, 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, teve o nítido interesse no ferver da pressão de partes significativas da burguesia em jogar a demagogia no ar, não delineando a responsabilidade do desamparo de parte da população como essência de sua política contra o setor público.
A matéria (https://globoplay.globo.com/v/9329638/), citando o IEMA, Instituto de Energia e Meio Ambiente, referente a seu trabalho científico divulgado em outubro de 2020 e publicado para o público geral em fevereiro de 2021, (elaborado entre 2019-2020), partindo de dados coletados por meio de metodologia georreferenciada, criada especificamente para conhecer, estimar e acompanhar a evolução do número de cidadãos sem acesso à energia elétrica na região norte do Brasil, ou seja, desenhar a Amazônia no escuro, fala muita coisa sobre os problemas apontados no relatório, mas, por ato político direitista, que é essência da Rede Globo, não mostra a conclusão da identificação pelo relatório do grupo principalmente atingido pela falta de acesso a eletricidade: quilombolas em peso, comunidades indígenas e assentamentos rurais.
A matéria da Rede Globo não faz a denúncia completa, ela a distorce, pois o exposto no relatório de 36 páginas declara em alto e bom tom que os 3,5% sem energia elétrica na região estão ligadas às políticas de luta dos direitos dos Povos às Terras, o que deixa inegável um fato político e não somente de fracasso administrativo por falta de recursos.
Óbvio que a Rede Globo quer um administrador para forçar o descaso com a população ser tão trivial quanto um Bolsonaro, mas que continue confundido o Povo para ter o controle da nação via desinformação e falta de investimentos.
A imprensa dos capitalistas não cita o fracasso da privatização no Amapá, não mostra a pilhéria dos bens públicos e o descaso geral realizado, escandalosamente sem explicações. Esses 3,5% da população da região amazônica representam quase um milhão de pessoas, as mesmas que são as principais vítimas da pandemia do Corona vírus, as mesmas que ficaram sem auxílio emergencial, as mesmas que em sua esmagadora maioria querem Lula Presidente do Brasil.
Para quem quiser mais detalhes, o link para o relatório é http://energiaeambiente.org.br/produto/exclusao-eletrica-na-amazonia-legal-quem-ainda-esta-sem-acesso-a-energia-eletrica
