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Fome e repressão

Lockdown sem garantias sociais é uma medida destrutiva

A importante medida do isolamento social, ao ser aplicado pela direita, se manifesta de sua forma mais devastadora, o lockdown, por isso é preciso lutar por amplas medidas sociais

Mesmo com a pandemia totalmente fora do controle no Brasil, que já atingiu marca de 3500 mortes em um dia, a única medida tomada pelos governadores direitistas é o isolamento obrigatório e parcial, nomeado pela imprensa burguesa como lockdown. Contudo, apesar de a esquerda pequeno-burguesa defender cegamente essa política, assim ficando a reboque dos golpistas, não existe isolamento social sem gastos: os pequenos comerciantes e trabalhadores autônomos em geral realmente ficam sem qualquer meio de sustento.

Desde o início da pandemia, o isolamento social é considerado uma das principais medidas para impedir a contaminação em massa da população, contudo houve também uma política farsesca de considerar essa a medida mais importante e quase a única a ser tomada pelos governos no Brasil. No ano de 2020, além do lockdown, foram tomadas algumas poucas medidas, sendo a principal o auxílio emergencial com o valor ínfimo de 600 reais. É preciso compreender este auxílio não como uma garantia para isolamento, mas sim que a burguesia ao perceber que a crise poderia gerar uma explosão social aprovou o pequeno auxílio para segurar um pouco a situação. Ao mesmo tempo foi dado um valor de 1 trilhão de reais para salvar os bancos.

Ao longo do ano de 2020, o auxílio caiu pela metade e depois desapareceu. Agora há um retorno com o valor menor que a esmola anterior, apenas 175 reais e para milhões de pessoas a menos. Ao mesmo tempo que desapareceram os auxílios, retornou uma política mais forte de lockdown. Ele variou de cidade para cidade e estado para estado, contudo em geral alguns setores foram diretamente afetados, principalmente os autônomos e pequenos comerciantes. Em diversos locais, houve um enfretamento legítimo desses setores contra o lockdown que estava sendo capitaneado por Bolsonaro e que ao mesmo tempo tornava a esquerda mais impopular, o que politicamente é algo perigosíssimo.

O lockdown é a forma de aplicar a política do isolamento com base na repressão, nos países europeus onde foi aplicado existe uma forte resistência da classe operária e a tendência é que isso chegue ao Brasil, principalmente se for levado em conta que a polícia militar é a responsável por aplicar o lockdown. A esquerda nunca deve ter uma política baseada na repressão do Estado burguês, por definição inimigo dos trabalhadores. É preciso adotar uma política baseada na luta por reivindicações sociais, ou seja, lutar para que toda a população tenha o direito ao isolamento.

O lockdown também é uma política quase gratuita para a burguesia, que é o principal motivo para ser a única medida a ser tomada, os lucros dos capitalistas valem mais que a vida de milhões de trabalhadores, resultado natural do capitalismo. Por isso é necessário travar uma luta para que o Estado aplique gigantescas políticas sociais, o auxílio emergencial deve retornar imediatamente com um valor de, pelo menos, um salário mínimo, que por sua vez, de acordo com os termos definidos na constituição, deveria estar num valor de 5.500 reais. Isso garantiria que milhões de trabalhadores pudessem de fato se isolar o que causaria um impacto real sob as contaminações da pandemia.

Os gastos com o auxílio emergencial seriam uma grande pressão para que a burguesia resolvesse o problema do covid-19, a redução em seus lucros seria o maior estímulo para que medidas fossem tomadas para por um fim rápido a pandemia. Contudo os trabalhadores precisam de uma política própria também de combate a pandemia, investimentos massivos em saúde, construção imediata de milhares de leitos, estatização de fábricas essenciais como oxigênio e respiradores, produção de uma vacina brasileira, quebra das patentes de todas as vacinas, produção em massa e vacinação de toda a população etc. Tanto as medidas de saúde quanto as medidas de auxílio só serão conquistadas por meio da mobilização geral dos trabalhadores.

Enquanto o isolamento não acontecer por meio dessas conquistas da luta do povo ele existirá em sua forma mais destrutiva, o lockdown. O caso de Araraquara é interessante pois foi uma das poucas cidades que o aplicou de forma rígida, lá os trabalhadores sofreram de diversas formas, chegando a ter dificuldade de se alimentar, com a mini ditadura que foi instaurada. A repressão da polícia com base no lockdown também já cresceu nas periferias das grandes cidades onde diversos bailes funks e outras festas populares foram duramente atacadas pela PM, basta lembrar a chacina de Paraisópolis para compreender como dar mais poder a polícia é muito perigoso.

Ao mesmo tempo o lockdown sem garantias sociais, por ser uma política absurda, da mais razão a Bolsonaro, que acaba aglutinando os setores que precisam trabalhar para sobreviver ou para não ter as suas pequenas empresas endividadas ou falindo. Assim o presidente de extrema direita ganha popularidade às custas de uma política de capitulação da esquerda, que se apresentasse a política citada acima seria o ponto natural de aglutinação destes setores e de os demais setores explorados da sociedade. Sendo assim as organizações dos trabalhadores precisam abandonar imediatamente a política de se submeter ao lockdown da direita “civilizada” a passar defender uma política independente e de luta.

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