A política econômica adotada pelo governo Bolsonaro está inviabilizando a indústria de transformação nacional, principalmente a voltada para o consumo interno,
A desvalorização de 49% do Real frente ao Dólar, de janeiro de 2019 até setembro de 2021, não é só uma reflexo das incertezas sobre a economia global e brasileira, é uma estratégia proposital para transferência de renda para os grandes produtores de commodities agrícolas, pecuárias e minerais.
Tal desvalorização conjugada com o desmantelamento das políticas de proteção ambiental e dos povos indígenas, tem a clara intenção de transformar o Brasil em uma colônia produtora de commodities com baixo valor agregado. Em outras palavras, uma grande fazenda para sustentar os Estados Unidos e a Europa.
Outro efeito da desvalorização do Real é a inflação. Apesar dos preços não serem dolarizados, toda a economia gira em torno da cotação do Dólar. A variação cambial impacta o preço:
- dos combustíveis
- das matérias-primas e insumo importados
- dos alimentos derivados da soja, milho e proteínas animais. Que, apesar de produzidos no Brasil, são cotados em preços internacionais
No gráfico abaixo estão a cotação de fechamento do mês do Dólar e o Índice de Preço ao Produtor – IPP para a indústria de transformação. A correlação entre o IPP e a variação do dólar é visível. A partir de março de 2020 o dólar passa a ser contado acima de R$5,00 e o índice começa a crescer fortemente, refletindo o aumento dos preços para a indústria de transformação.

Em doze meses encerrados em setembro de 2021, o IPP acumulou uma elevação de 30%. Um grande impacto nos custos de produção da indústria de transformação, resultado da dependência excessiva de insumos importados. Não existe uma política para substituição de importações e desenvolvimento da indústria nacional. Mais uma ação do governo para manter o Brasil como colônia.
Do outro lado da cadeia de valor da indústria, os consumidores finais estão com menor capacidade de compra, resultado de 14,4 milhões de desempregados, de 5,6 milhões de desalentados e da redução de 10,2% da renda média em 1 ano.
Uma equação que não fecha. Custos de produção crescentes e menor poder de compra vão gerar uma falência generalizada de industrias, acelerando ainda mais desindustrialização e aumentando o desemprego, a fome e a miséria.
Este governo não é inepto, ele é competente e ágil na sua missão de transformar o Brasil em colônia, atendendo os interesses imperialistas.
É necessário reforçar toda a mobilização para impedir que esta transformação seja concluída. Por isso, é preciso sair às ruas pelo Fora Bolsonaro, Lula presidente e um programa de reivindicações da classe operária.