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A saúde como privilégio

Hospitais privados compram insumos no exterior

Enquanto o povo morre nas filas do SUS, entre outros pela falta de insumos, capitalistas da saúde privada tem autorização do poder público para comprar produtos do exterior

Mais de 400 hospitais privados se juntaram para importar insumos relativos ao “kit intubação”. A informação foi divulgada nesta sexta (2), na coluna de Joana Cunha no jornal golpista Folha de S. Paulo e mostra como as entidades privadas procuram medicamentos no exterior. Isso ocorre enquanto o povo morre nas filas do SUS (Sistema Único de Saúde) devido a falta de insumos, os capitalistas da saúde privada tem autorização do poder público para comprar produtos do exterior, mostrando que no Brasil a saúde não é um direito dos cidadãos, mas um privilégio de quem tem dinheiro para pagar.

Segundo as informações do artigo, as entidades negociam com duas grandes importadoras a compra internacional de medicamentos – nos Estados Unidos da América (EUA), na Índia e em países da Ásia – do “kit intubação”, que incluem propofol, anestésicos, relaxantes musculares e neurobloqueadores, produtos escassos no País devido a ocupação de pacientes com Covid-19 nas UTIs.

O cadastro e a organização das 420 instituições e dos itens em falta foram feitos pela CMB (Confederação das Misericórdias do Brasil) com apoio do sindicato dos hospitais privados de São Paulo, SindHosp. Para o sindicato patronal, os hospitais reunidos tem mais chance de conseguir melhores preços, volume e prazo de entrega dos produtos. Como mostra o artigo, após aprovada a compra, os produtos levariam cerca de 4 dias até chegar aos hospitais – dois dias para chegar ao Brasil por avião mais dois dias para chegar até o destino.

Enquanto os hospitais privados, ou seja, os capitalistas da saúde se organizam para comprar medicamentos e instrumentos no exterior, os hospitais públicos estão totalmente esgotados, sem medicamentos, sem instrumentos, sem oxigênio, sem leitos.

Em entrevista a imprensa burguesa, concedida ao G1, da Rede Globo, o infectologista Marcos Junqueira do Lago alertou, também na última sexta (2), que o 2º estado mais importante do País, o Rio de Janeiro, vive o pior momento da pandemia de coronavírus, com falta de medicamentos e de leitos de UTI para tratamento da Covid-19.

“Todos os hospitais do Rio, da rede pública e privada, estão sofrendo com falta de insumos porque não tem mais no mercado. A quantidade de pessoas doentes é tão grande que medicamentos, não só sedativos para intubação, mas antibióticos que se precisa nos hospitais não tem mais matéria-prima para fabricar, acabou, não vai ter. Então, se tiver um aumento muito grande do número de casos, essas pessoas vão precisar de internação na UTI e muitas vezes não vão ter o melhor tratamento porque simplesmente não há mais quantidade de remédios disponíveis no mercado. É uma situação de uma gravidade inigualável, que nunca aconteceu antes.”

Se a falta de insumos é generalizada tanto no setor público quanto no privado, o setor privado foi atrás de importar os insumos, com autorização do próprio poder público. Os capitalistas foram atrás destes insumos porque se trata de atender seus clientes que têm dinheiro. Apenas para se ter uma ideia, os preços de um leito de UTI por dia chega a 10 mil reais por dia em hospitais privados.

Mas e o setor público? Onde está o governo golpista de Bolsonaro e os governadores e prefeitos ditos “científicos”? Porque não há insumos?

Ainda segundo informações de reportagem da imprensa burguesa, feita pela Ric Tv, a situação no estado do Espírito Santo, de acordo com o governo do estado, foi judicializada. O objetivo é garantir o fornecimento dos medicamentos já comprados. No entanto, enquanto isso não ocorre, os hospitais estão tendo que compartilhar o estoque!

De acordo com o presidente da Cooperativa de Anestesiologistas do estado, Célio Miranda, a realidade, da curva de novos casos acentuada, tem preocupado os profissionais:

“O tanto de medicação que a gente tinha, ou tem ainda no estoque, era para 15 dias e se transformou em seis. Aí a gente vai chamar o fabricante pedindo mais produto em um prazo de seis dias, eles não conseguem produzir… Neste momento nós estamos tendo uma dificuldade muito grande na aquisição de insumos essenciais para o tratamento de pacientes com covid-19. São sedativos, bloqueadores neuromusculares, que infelizmente colocados em cotação, o mercado interno não tem respondido.” (Célio Miranda, presidente da Cooperativa de Anestesiologistas do Espírito Santo)

Ainda segundo ele:

“Os fornecedores alegam que os estoques deles vão para o Ministério da Saúde e que estados, municípios e a rede privada, deverão receber os medicamentos da União. No entanto, nós entendemos que essa decisão não é adequada porque não é razoável que você requisite medicamentos que já estão destinados para suprir o poder público e o SUS.” (Célio Miranda, presidente da Cooperativa de Anestesiologistas do Espírito Santo)

A grande questão é, se os fabricantes não podem vender porque já venderam para o Ministério da Saúde, porque os hospitais públicos também estão sem estes produtos? É um escárnio total, um descaso, um desleixo com a vida da população, que fica claro na continuação do relato do profissional:

“Ao invés de usar um frasco para uma pessoa, que eu uso só metade dele e jogo fora o resto, a gente usa para duas. Isso já vem fracionado em alguns locais pela farmacêutica”, afirmou o médico.

Esta situação é um completo absurdo, mostra o quão nocivo é ter um sistema privado competindo com o sistema público de saúde. Isto faz com que os capitalistas do setor prostituam o direito à saúde, garantido pela Constituição Federal de 88, de forma que quem tem dinheiro pode viver e quem não tem, deve morrer.

Esta condição é reforçada pelo governo golpista de Bolsonaro e dos governadores e prefeitos ditos “científicos”, que se omitiram completamente diante da mais grave crise de saúde que o País, e talvez o mundo, já viveram. A situação caminha dos 350 mil mortos e com o sistema de saúde em colapso. A única forma de reverter o quadro catastróficos atual é através da intervenção dos trabalhadores na situação política, de forma que os golpistas sejam obrigados a solucionar o problema da falta de vacina, de insumos e de atendimento de saúde para o povo.

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