Após quinze dias de intensos protestos contra a prisão do ex-presidente nacionalista Jacob Zuma, a África do Sul registra, hoje, mais de 330 manifestantes mortos. Os atos começaram no último dia 09 e, desde então, vêm se intensificando de forma que o exército do país fora mobilizado para tentar conter a onda de pessoas nas ruas. Na cidade de Phoenix, por exemplo, 20 pessoas, todas negras, foram assassinadas nas últimas semanas.
A situação teve início quando Zuma fora preso por desacato após ignorar convocações oficiais para prestar depoimentos em uma suposta investigação sobre corrupção. Insta frisar que, dentro do cenário de pobreza, fome e pandemia crescentes no país, essa prisão não passou de mais um golpe orquestrado pelo imperialismo Norte-Americano. Condenado a 15 anos de prisão por “desacato à justiça”, Zuma se tornou o estopim necessário para que a população da África do Sul se revoltasse. No momento, apenas 2% da população está vacinada contra o coronavírus e e cerca de 32% encontra-se desempregada. Não obstante, aproximadamente metade da população vive abaixo da linha da pobreza, sendo a África do Sul um dos países com a maior taxa de desigualdade do mundo.
É fato que as acusações por parte da justiça, da imprensa e dos órgãos internacionais de controle de direitos à Jacob Zuma de participar de um “escândalo de corrupção” é uma estratégia bastante comum da burguesia e do imperialismo para atacar qualquer governo nacionalista. Entretanto, desta vez a tática gerou uma situação insustentável, a qual é respondida pelo governo direitista do país com intensa violência, repressão e abuso policial. No momento existem mais de 2500 manifestantes presos ou detidos nos protestos.