O governo fascista de Bolsonaro quer privatizar o país, como prometido na campanha eleitoral. Agora está tentando a todo custo vender a Eletrobras. Para isso está negociando com os presidentes eleitos na Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e no Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). É o que diz o jornal golpista e defensor do bolsonarismo, O Globo, que teve acesso a uma medida provisória (MP) que tem por objetivo acelerar a privatização, ao mesmo tempo que pressiona o Congresso para sua aprovação.
Como o senador Pacheco, antes de sua eleição, disse em entrevista que a privatização teria dificuldade em avançar no legislativo, a MP pode resolver o entrave e acelerar o processo. Querem privatizar a estatal até novembro deste ano.
Além disso, o governo está negociando a liberação de milhões em verbas para os principais políticos que são contra a privatização. E com as verbas para realizar suas promessas de campanha, esses políticos podem negociar a aprovação da privatização, que é contra o povo brasileiro, e assim compensar a perda de prestígio junto aos eleitores.
O processo de privatização se daria com a venda de ações da companhia em bolsas de valores no Brasil e no exterior. E que metade do valor arrecadado iria para o governo federal e o restante seria destinado a um fundo do setor elétrico.
A MP parece querer fortalecer a agenda neoliberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, já que a mudança do comando da Petrobras por Bolsonaro não foi bem aceita pelo “mercado”, ou seja, pelos capitalistas. E ainda reforça a contradição interna da burguesia.
É preciso ver quem perde e quem ganha com a suposta privatização. Quem perde com certeza é o Brasil e o povo trabalhador. E quem ganha são os capitalistas estrangeiros, que estão querendo todas as empresas brasileiras a preço bem módico. Com as crises precisam aumentar seus lucros, e essa é uma fatia importante para lucrar.
Por outro lado quem perde, perde uma empresa estatal criada em 1962 no governo João Goulart, por proposta do então presidente Getúlio Vargas ainda em 1954, e entrou em operação em 1963 com a usina de Furnas em MG. Tinha a incumbência de coordenar todas empresas do setor elétrico, com a geração, transmissão e distribuição da energia.
Em 1990 nos governos Fernando Collor de Mello/José Sarney, sofreu a primeira reestruturação de cunho neoliberal, reduzindo parte da sua importância com a privatização da distribuição da energia produzida. Em 2018 o então presidente golpista Temer tentou privatizá-la sem sucesso.
A Eletrobras produz 38% da energia gerada no país. É a maior do gênero na América Latina. O valor dela nas bolsas é de US$ 20 bilhões de dólares, com um faturamento anual de US$ 16 bilhões. Fazem parte do grupo as usinas Eletronuclear, Itaipú, Chesf e mais cinco geradoras e transmissoras. Além disso, tem participação em inúmeras outras empresas brasileiras do setor de energia hidrelétrica.
Outro aspecto importantíssimo da privatização é de que o país ficará vulnerável na questão de fornecimento de energia elétrica. Se a empresa compradora quiser, por algum motivo, paralisar o fornecimento dessa energia, o país literalmente irá parar. Sem eletricidade não funcionam caixas de supermercado, bancos, postos de gasolina, chuveiros, luz e principalmente a internet, seria um tremendo caos, como o visto recentemente no apagão no Amapá, onde a energia elétrica é operada por uma empresa privada.