Golpistas aprofundam a crise, e PIB encolhe
As previsões de PIB para 2021 de países como a China e até mesmo os Estados Unidos têm sido de recuperação e crescimento. Uma projeção feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o PIB dos EUA pode crescer 6,5% em 2021, decorrência do pacote de estímulo na casa dos U$ 1,9 trilhões aplicados pela administração Biden. Enquanto isso, o site Valor Econômico nos informa um incremento de 18,3% no PIB da República Popular da China. Mas o quê é que o IBGE afirma sobre este último março para o Brasil? Queda de 1,59% das atividades econômicas de conjunto (indicador IBC-BR do BC). Redução de 4 % só no setor de serviços. O setor produtivo apresentou crescimento de 2,3% no primeiro trimestre, por que puxado pelo resultado de janeiro e fevereiro, porém no acumulado dos últimos 12 meses são 3,37% de queda.
José Luís Oreiro e Luiz Fernando de Paula, em estudo de 2019 (A economia brasileira no governo Temer e Bolsonaro: Uma avaliação preliminar) concluem que a política ortodoxo-liberal–uma espécie de “tatcherismo” tupuniquim -que vem sendo implementada é equivocada e incapaz de dar sustentação a um novo ciclo crescimento… De fato, não há experiência de desenvolvimento desde o século XX que tenha prescindido de um papel ativo do Estado na economia.
A catástrofe humanitária representada pela Covid 19 não poderia deixar de ter um impacto profundo nas condições econômicas em todo o mundo, mas as maiores potências do planeta já vêm adotando medidas que, por um lado restabelecem uma certa segurança sanitária de suas populações e por outro restauram algum nível de vitalidade em suas economias; no ocidente inclusive abandonando o sistema de crenças chamado “ortodoxia” do capitalismo e resgatando o papel do Estado em todo esse processo. Entretanto é preciso lembrar que as economias do ocidente egressam de um prolongado período de crise que arrastava a própria China em uma desaceleração sistêmica, que não poupou nem o valor das comodities que sustentaram a economia brasileira nos anos de vento a favor da era Lula.
Por fim, fica historicamente demonstrado que a agenda neoliberal, timidamente aplicada já nos governos petistas, que capitulavam às pressões do tal mercado, e escancaradamente desde o golpe de 2016, com os ataques promovidos para destruir a economia brasileira, a chamada operação lava-jato, reforçando a antinacional sanha privatista daquele mesmo “mercado” e os seguidos ataques às condições de reprodução da força de trabalho estão aí a já quase uma década sufocando o país num ambiente de estagnação, esmagamento da renda das famílias, desemprego, desindustrialização e perda de soberania. Em 2020 o “governo” Bolsonaro socorreu os bancos com R$ 1,2 trilhão mas as medidas de enfrentamento da pandemia, com isolamento social, que só pode ser adotado por setores minoritários da sociedade, acompanhadas de um “auxílio emergencial” insuficiente até para a subsistência de um único indivíduo, vão empurrando a população para o desespero.
