O presidente francês Emmanuel Macron reconheceu a tortura e o assassinato em 1957 do ativista argelino pró-independência Ali Boumendjel, cuja morte foi então apresentada como suicídio, publicou hoje a imprensa.
A notícia encontra eco nos principais meios de comunicação do país, depois que o chefe de Estado recebeu os filhos do advogado detido em 9 de fevereiro de 1957 durante a batalha de Argel.
Boumendjel foi atirado de um sexto andar após ser torturado pelas tropas de ocupação.
Segundo a imprensa, o gesto de Macron faz parte das recomendações do historiador Benjamin Stora em seu relatório sobre a colonização e a guerra na Argélia, para resolver as tensões em torno do conflito.
A França iniciou a ocupação do país do Norte da África em 1830, que alcançou sua independência em julho de 1962.
Em nota divulgada ontem à noite, a Presidência da República deu detalhes do crime dos militares franceses e especificou que a morte de Boumendjel ocorreu em 23 de março de 1957, ordenada pelo então chefe dos serviços de inteligência de Argel, Paul Aussaresses, que confessou em 2000 ao assassinato e a indicação de apresentá-lo como suicídio.