Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Massacre no campo

Força Nacional e PM realizam chacina de camponeses em Rondônia

Aparato de repressão do Estado persegue, tortura mata 3 camponeses e outros 5 estão desaparecidos em Rondônia

Camponeses denunciam que no dia 13 de agosto, em Nova Mutum Paraná, no Estado de Rondônia, houve uma chacina encabeçada pela Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), pelo Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na Área Ademar Ferreira. Três camponeses foram assassinatos, 5 estão desaparecidos e relatos dão conta de que diversos camponeses tiveram seus barracos queimados, objetos pessoais roubados, além de sofrerem tortura e perseguição.

Denúncias recentes do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) e da Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo) expuseram que, nessa ocasião, havia cerca de 23 viaturas, com 50 policiais, e que as ações foram perpetradas principalmente pelo Bope, comandado pelo capitão PM Felipe Hemerson Pereira. 

Logo no início da manhã um jovem foi abordado por policiais que estavam escondidos na mata: ele foi espancado e torturado para que desse informações sobre o acampamento, e logo depois foi preso. Neste mesmo local os camponeses Amarildo e Amaral foram alvejados com tiros de fuzis enquanto trabalhavam. Em outro ponto do acampamento o jovem Kevin foi alvejado com 30 tiros de fuzil pelas costas.

Os camponeses relatam que logo cedo já ouviam helicópteros sobrevoando a área e avistaram policiais e pessoas da Força Nacional adentrando e incendiando barracos e casas, atirando contra as moradias e contra as famílias que estavam no caminho.

Um morador relatou que ao final da manhã, quando voltava para casa, dois policiais correram em sua direção. Ele e mais duas pessoas se esconderam na mata. O trabalhador escutou então os policiais colocarem fogo em seu barraco. Ali os camponeses permaneceram até o final da tarde , enquanto um helicóptero sobrevoava a região. 

Outro morador relata que havia dois helicópteros atirando contra as moradias. Disse também que as equipes de militares nos helicópteros, ao avistarem ele e outros dois moradores, os perseguiram. Os camponeses passaram a noite na mata, enquanto ouviam disparos de armas de fogo; eles viram policiais cercando a área e usando cães para caçar quem estivesse na mata. 

Em depoimento, um morador conta que estava tomando café na cozinha coletiva quando viu seis policiais indo em direção ao local. O morador correu em direção à mata e lá foi perseguido. Depois de cerca de três horas escondido, ouviu cachorros latindo e pensou ser de algum outro morador, contudo, ao se deslocar para verificar, o que avistou foi policiais com cães da raça pitbull. Os militares colocaram os cachorros para correr atrás do trabalhador, que fugiu novamente e, escondido, só saiu após o cair da noite, quando as tropas foram embora. O camponês relata diversos machucados e picadas de formiga, pois para sobreviver teve que se esconder em um local com infestação e não pôde se mexer para não ser visto. 

Em mais um relato, um outro camponês afirmou que estava na beira da estrada junto ao seu pai quando ouviu o helicóptero. Eles se esconderam na mata e viram a polícia rodearem a moradia. Do alto, o helicóptero soltou uma bomba de efeito moral em cima da madrasta dele, que também se abrigou na mata. Quando voltaram ao local perceberam que duas motos e dois celulares haviam sumido. O mesmo aconteceu com outros dois parentes seus que moravam no acampamento: seu tio, que além de ter seu carro e moto furtados teve sua casa incendiada, e um outro tio, que teve dois carros e o barraco queimados. Não bastando, este também foi levado preso. Tempos depois ficou sabendo que o tio e o primo dele foram assassinados enquanto trabalhavam. Segundo a denúncia, eles não conseguiram fugir para a mata a tempo e foram alvejados pelas costas. Eram Amarildo e Amaral.

Outro camponês, teve que fugir junto a outras duas pessoas diante do ataque, após seis horas, se retiraram da mata e foram novamente avistados e perseguidos pelos policiais no helicóptero, que insistiram em atirar contra os moradores por pelo menos uma hora. Apenas durante a manhã conseguiram sair do local e, ao se abrigarem na Área Tiago dos Santos, souberam dos assassinatos e também que haviam perdido todos os pertences pessoais e barracos.

A imprensa burguesa, porta voz dos latifundiários, repercutiu a notícia. No dia 23 de agosto, que uma nova operação estava para acontecer, trechos da matéria dão conta da campanha fascista levada adiante pelos latifundiários por meio de seus porta vozes. “A 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco2), em ação integrada com a Polícia Federal, 17ª Brigada de Infantaria de Selva e Sesdec, deflagrou na manhã da segunda-feira (23), a 2ª fase da Operação Canaã (nomeada Paiol), com objetivo de desarticular uma organização criminosa dedicada à invasão de terras privadas e públicas estaduais”.

Para justificar os crimes brutais cometidos pelas forças de repressão do estado os latifúndios fazem a campanha de que os trabalhadores que lutam pelo direito constitucional à terra são uma organização criminosa (sendo que nem assim justificaria tamanha barbaridade) e que portanto justifica todo tipo de atrocidade.

Se as coisas continuarem como estão, é de se esperar um massacre generalizado no estado. É necessário que os movimentos da luta pela terra discutem e organizem comitês de auto defesa, que este comitês sejam apoiados não só nos trabalhadores do campo como que haja uma verdadeira aliança dos trabalhadores do campo e da cidade, é necessário que o movimento sindical, os partidos de esquerda e movimentos populares denunciem e se mobilizem contra o que está acontecendo em Rondônia e que a mobilização coloca abaixo este estado de perseguição impostas aos camponeses.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.