Do ponto de vista de Paulo Galli, Secretário de Transportes de SP, trata-se apenas de uma “curva de aprendizado“ segundo matéria do G1 publicada nesta terça (23/11).
Ele chega a elogiar a inteligência do usuário que vai “se adaptar rapidamente às novas tecnologias“. Por parte do aplicativo TOP e dos totens de autoatendimento, mencionou que o sistema está sendo aprimorado, e que tudo o que for apontado pelo cidadão que está utilizando o sistema será corrigido.
Afirma ainda não faltar investimento, não faltar recurso, e nem empenho para soluções e melhorias para que os usuários possam ter acesso regular ao aplicativo e a seus bilhetes impressos.
É revoltante!
A princípio com o intuito de ajudar a diminuir as fraudes com bilhetes além de reduzir filas nos guichês, a STM introduziu o sistema com QR Code.
Sem diminuir o valor do bilhete, mais um rombo no bolso e no descanso do trabalhador por um serviço piorado
Os bilhetes de tarja magnética conhecidos como Edmonson foram lançados desde a inauguração do metrô. Eram bilhetes únicos ou múltiplos de 5 ou 10 – estes últimos não são mais comercializados. Pequenos, práticos e duráveis sem prazo de validade, funcionam mesmo se levemente danificados.
Os Edmonson vêm sendo gradativamente substituídos pelos bilhetes de QR-Code impressos ou digitais. Os bilhetes impressos oferecem qualidade de papel e da impressão lastimáveis: leves danificações pela umidade, por dobraduras ou raspagens já podem inutilizar estes bilhetes. Embora sem prazo de validade, na prática o bilhete fica inutilizado por desbotar a impressão em cerca de 72 horas.
Com a substituição do tradicional bilhete unitário pelo bilhete QR-Code impresso de péssima qualidade levou a perda de valores de bilhetes que não podem ser utilizados, e a aglomerações nas catracas devido à dificuldade de reconhecimento do QR-Code pelos aparelhos de leitura.
Fechamento de Bilheterias o trabalhador se vendo obrigado confrontar com limitações do aplicativo TOP e totens de autoatendimento instáveis
Como se não bastassem a substituição dos Edmonson pelo sistema de bilhetes de QR-Code de péssima qualidade, manuseio e durabilidade, o usuário a partir de agora terá que se confrontar com o aplicativo TOP e com totens de autoatendimento instáveis que deverão substituir as bilheterias das estações. Enquanto por um lado os trabalhadores dos guichês nos terminais serão deslocados para outras funções e talvez posteriormente em situação de desemprego, por outro os usuários devem contar com correções de erros e melhoramentos apenas conforme forem sendo apontados pelos usuários informa Galli.
Antes de tudo para se beneficiar do novo sistema o usuário deverá ter aparelho de celular com credito de internet e bateria suficiente. Como acontece com o ensino a distancia (EAD), o trabalhador chega em casa e disponibiliza seu aparelho para que cada uma de suas crianças possam na sequencia fazer suas tarefas. Aqui uma família compartilharia os bilhetes no mesmo aparelho de celular, e estariam limitados a 10 bilhetes diários adquiridos via internet. Caso contrário, deverá se confrontar com os totens nas estações.
São milhões de usuários que utilizam diariamente o Metrô de São Paulo. Com o aplicativo TOP travado e totens com erros ou falta de manutenção usuários são levados a buscar alternativas com rotas e tempo de duração de deslocamento claramente desfavoráveis, quando não bem mais caras. A matéria do G1 menciona o relato de 3 usuários:
O psicopedagogo Marcos Paulo Jeremias prefere ter como reserva o velho bilhete único, embora veja a crescente digitalização como positiva e necessária.
Para o bancário Renato de Oliveira sem a alternativa do bilhete único, sem o aplicativo TOP em pleno funcionamento e sem dinheiro sobrou optar pelo Uber.
O ajudante Isaias Macedo utiliza o totem de autoatendimento com freqüência, mas tem dia que não funciona. Em dias que está atrasado, tem que pegar a fila e acaba se atrasando mais ainda às vezes acaba optando por utilizar o ônibus
Não há nada a agradecer!
Em todas as partes do mundo ficou claro com a crise econômica e a pandemia que para a burguesia o capital vale mais do que a vida e o bem-estar de milhões de pessoas. Isso não é novo e há muito tempo se faz presente também no cotidiano da população, nas condições em que os trabalhadores são jogados. Por parte da burguesia não existe esforço em melhorar tais condições e nem em procurar antender as necessidades da classe operária.
É preciso nos organizarmos como classe operária pela derrubada de Bolsonaro e todos os golpistas.
Para isso dia 12/12 junte-se ao Bloco Vermelho em um ato nacional por Lula Presidente – por um governo dos trabalhadores!