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Eis a ciência de Doria

Fase vermelha: tudo aos patrões, nada aos trabalhadores

O que é do interesse dos patrões é que o trabalhador viva em função da exploração: da casa para o trabalho, do trabalho para casa.

Nesta segunda-feira, dia 25/01, passou a valer a medida anunciada no dia 22 por João Doria que determina que somente os serviços essenciais poderão funcionar no horários das 20h até as 6h da manhã nos dias úteis e durante todo o dia nos finais de semana e feriados. Segundo as entrevistas concedidas por Doria na imprensa golpista, a medida teria sido pensada para evitar o contágio nos supostos focos principais de contaminação, ou seja, no lazer da população, principalmente das camadas mais pobres da classe trabalhadora.

Com a situação da pandemia em São Paulo, a medida também agregou mudanças no atual Plano São Paulo, o plano do governo do estado para a pandemia. Já em vigor, agora existem cinco fases, a fase vermelha em que somente os serviços considerados essenciais poderão abrir; a fase laranja em que os demais setores da economia, com exceção de bares, estarão abertos durante 8 horas e com capacidade reduzida até as 20h; a fase amarela em que a capacidade é reduzida com funcionamento de 10 horas até as 22h, com a imposição de que os bares sejam fechados às 20h; a fase verde e a fase de controle da pandemia, denominada fase azul.

Apesar de declarados como serviços essenciais, é importante frisar que serviços como lojas para animais de estimação e templos religiosos continuarão abertos. É um indício de que a “fase vermelha” é uma restrição para as pessoas, não para os capitalistas. A medida estará em vigor até pelo menos o dia 8 de fevereiro em todo o estado, as 17 regiões também não poderão progredir para fase amarela ou verde. Segundo a atualização do último sábado, dia 23/01, das 17 regiões demarcadas, sete estão em alerta máximo, ou seja, 22% da população possui pouquíssimos recursos reais para enfrentar um grande número de casos e mortes.

O novo conjunto de regras é claramente focado nos estabelecimentos de lazer, principalmente os bares, em detrimento dos reais focos de contaminação como industrias, galpões, escritórios e o transporte coletivo que são parte principal do dia a dia de milhões de pessoas. A mudança tem a clara intenção de obrigar as pessoas à sacrificarem seu lazer para que as empresas possam funcionar durante todo o horário comercial sem restrições, não importante o número de casos e mortes dos quais são responsáveis diretos.

Portanto, o trabalhador que trabalha muitas vezes seis dias por semana, até doze horas por dia, não terá direito a frequentar bares, restaurantes, festas, shopping, mas também, áreas de lazer ao ar livre como parques. Tudo sobre o pretexto de que estaria havendo aglomeração e que as pessoas estariam se contaminando somente por conta de suas atividades de lazer, que ocupam um tempo insignificante da semana dos trabalhadores se comparadas às horas de trabalho. Ou seja, pode aglomerar o dia todo, a semana toda, desde que seja para trabalhar e enriquecer ainda mais os patrões.

Neste sentido, o que é do interesse dos patrões é que o trabalhador viva em função da exploração: da casa para o trabalho, do trabalho para casa. Aproveitando-se para combater a desculpa criada artificialmente pela imprensa golpista, a “contaminação” de festas e bares. Um pacote completo para a escravização dos trabalhadores, um pacote para enriquecer a burguesia e fazer propaganda de Doria.

É preciso esclarecer que a medida é arbitrária e ditatorial pois retira o direito das pessoas sobre suas próprias ações e ao lazer, não é possível progredir com medidas punitivas. É preciso que se esclareça a população. Além do fato de que, com a pandemia e a crise econômica, os trabalhadores já antes submetidos ao regime de oito horas de trabalho, estão frequentemente sendo submetidos a regimes ainda maiores, por conta das demissões desenfreadas dos capitalistas. O problema não é o lazer.

Para os operários, é preciso lutar pela redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais, sem redução de salários, o que reduz a exposição ao vírus e permite que mais pessoas trabalhem, aliviando a crise econômica que aflige os trabalhadores. Também é preciso lutar contra esta e outras falsas medidas de combate à pandemia, que procuram somente salvar os capitalistas, sacrificando os trabalhadores.

É importante também ressaltar o fato de que estas falsas medidas servem de campanha para Doria que pretende se lançar como candidato da direita golpista para as eleições de 2022 com o apoio da esquerda de classe média liberal. Para isto, é preciso estar alinhado com toda histeria que diversos setores propagam sobre a pandemia, o que tem dado certo para Doria que obteve apoio de grande parte da esquerda frente amplista desde o início da pandemia.

É preciso desmascarar que esta política “científica” de Doria é uma fraude que não combate à pandemia, mas sim, sacrifica os trabalhadores pelo lucro financeiro dos patrões e pelo lucro político eleitoral. O que se pretende é dar um “verniz de ciência” a um enfrentamento artificial criado pela imprensa golpista ao mesmo tempo que escraviza os trabalhadores em prol dos patrões, estes sim alinhados verdadeiramente com Doria e os golpistas.

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