Nessa segunda feira (9), foi aberta mais uma etapa de estrangulamento econômico e ingerência política do imperialismo sobre a Bielorrússia. Sob o pretexto de “defesa da democracia”, os “bastiões da liberdade” EUA, Reino Unido e Canadá impuseram uma nova rodada de sanções contra o país aliado do governo Russo, visando desestabilizar o regime político, colocar no poder um governo fantoche e abarcar o território à zona de influência dos países imperialistas.
Dentre as sanções aplicadas pelo governo do “salvador da democracia” Joe Biden, que está também em plena ofensiva contra Cuba, Venezuela e Nicarágua, estão colocadas proibições de viagens e congelamento de recursos financeiros de empresas bielorrussas. Estão previstas para aplicação num futuro próximo também a proibição de negócios em setores econômicos importantes para o país, medida também declarada pela União Europeia, e que incluem e visam atingir também bancos e empresas com que esses setores econômicos tem relação, claramente mirando a economia russa.
O governo britânico, liderado pelo fascista Boris Johnson, tem como alvo principal as refinarias de petróleo, fabricas de fertilizantes e setor de aviação, de forma que ficou vetado o voo em espaço aéreo britânico e a manutenção de aeronaves do país. Além disso, ficou proibida a compra de títulos, investimento e empréstimo a bancos e estatais bielorrussas.
Já o “simpático e inocente” Canadá, além de adotar medidas semelhantes, tomou a iniciativa muito democrática de enviar cerca de US$3 milhões para “apoio a organizações da sociedade civil”. Obviamente, as intenções desse apoio são as mais democráticas e benevolentes possíveis e não buscam de forma alguma interferir diretamente na política do governo de Lukashenko, aliado de Vladimir Putin.
O pretexto para toda essa política golpista de ingerência imperialista é bastante manjado e tem uma ligação direta com todos os países oprimidos do planeta. Segundo os democratíssimos governos das diferentes facetas do imperialismo mundial envolvidos nesse ataque, as eleições bielorrussas teriam sido supostamente fraudadas e, portanto, isso daria carta branca ao estrangulamento econômico criminoso que atinge toda a população civil, tanto pela instabilidade política quanto pelo empobrecimento do país.
Sobram exemplos atuais e históricos de como o imperialismo é profissional em destruir países. Os graus de ataque são variados. Podem vir em forma de sanção econômica, golpe parlamentar, golpe militar, ou mesmo invasão militar internacional, onde são ceifadas uma infinidade de vidas humanas, além dos prejuízos econômicos, destruição do patrimônio histórico e cultural, prejuízos na saúde pública para gerações futuras, entre outras atrocidades que só os que falam em nome da democracia tem coragem de cometer. As bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, os efeitos do agente laranja lançados nas florestas vietnamitas, a divisão da Coréia, a destruição completa do Iraque e do Afeganistão, o domínio colonial da Índia, o bombardeio da cidade de Dresden da Alemanha, são alguns exemplos das maravilhas que os regimes democráticos já realizaram contra a população civil dos países onde “governam as ditaduras”.
Embora haja muita confusão na esquerda em torno da defesa ou condenação de regimes controversos ou abertamente ditatoriais, mais direitistas ou mais à esquerda, em oposição ao imperialismo, a posição da tradição revolucionária estabelecida por Lenin e Trotsky é clara e absolutamente correta. O imperialismo é a força que impõe a qualquer custo os interesses da burguesia mundial sobre a classe operária e, portanto, contra essa força, os revolucionários devem sempre se colocar ao lado dos países oprimidos para derrotar esse que é o maior inimigo de toda a humanidade e causador de toda a desgraça que vivem as populações atingidas por sua política colonial de dominação.