Os Estados Unidos desafiaram a China e anunciaram uma nova parceria com a Austrália e o Reino Unido para reforçar as capacidades navais no Pacífico diante da crescente influência da China na região, equipando a nova frota australiana com submarinos nucleares. A aliança foi batizada de AUKUS.
Hugh White, professor na Universidade Nacional Australiana e antigo funcionário da defesa australiana disse : “É uma decisão de aprofundar e consolidar o nosso alinhamento estratégico com os Estados Unidos contra a China”, declarando com todas as letras a disputa pelo pacífico ao sul da China. Se o plano se tornar uma realidade presente, a Austrália provavelmente poderá realizar patrulhas de rotina em áreas do mar do sul da China, região que Pequim reivindica como sua zona exclusiva, e que se estenderão até o Taiwan.
O comunicado anunciado pelo presidente americano, Joe Biden, na noite de quarta-feira, 15, numa videoconferência que contou ainda com os primeiros-ministros australiano, Scott Morrison, e britânico, Boris Johnson. Da mesma forma, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian, disse nesta quinta-feira, 16, que o acordo irá “prejudicar seriamente a paz e a estabilidade regionais, exacerbar uma corrida armamentista e dificultar os acordos internacionais de não-proliferação nuclear”, informou o Global Times, um jornal chinês controlado pelo Partido Comunista, completando ainda : Esta é uma conduta totalmente irresponsável”,
“Os submarinos de ataque são um grande negócio, e enviam uma grande mensagem”, disse Vipin Narang, um professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) que estuda o uso de armas nucleares e sistemas de lançamento entre as grandes potências. “Isto seria difícil de imaginar a cinco anos atrás, e teria sido impossível a 10 anos atrás. E isso diz muito sobre o comportamento da China na região”.
Já preparando o terreno da crise instaurada, a vice-presidente norte-americano Kamala Harris, acusou Pequim de “ações que (…) ameaçam a ordem internacional baseada em regras”, em particular suas reivindicações agressivas no mar do sul da China, onde as disputas territoriais entre o país e seus vizinhos têm sido frequentes nos últimos anos.
Grave ainda é a escancarada declaração de Hugh White, professor na Universidade Nacional Australiana e antigo funcionário da defesa australiana. “É uma decisão de aprofundar e consolidar o nosso alinhamento estratégico com os Estados Unidos contra a China”, onde acrescenta: “Isto aprofunda ainda mais a sensação de que temos uma nova Guerra Fria na Ásia e que a Austrália aposta que, nessa nova Guerra Fria, os Estados Unidos vão sair vitoriosos”.
Outra menção tensa foi o resultado do posicionamento da OTAN frente ao desenvolvimento armamentista chinês o que foi prontamente rebatido novamente por Zhao: “Os EUA estão doentes e, de fato, muito, muito doentes. É melhor que o G7 meça o seu pulso e prescreva alguma medicação”, disse nesta terça-feira o porta-voz da Chancelaria, Zhao Lijian, em seu primeiro briefing à imprensa desde o encontro de ambos os grupos que reúnem os EUA e seus aliados.