A Empresa Privada que controla a distribuição de Energia Elétrica no Pará, a Equatorial Energia ,ligada ao bilionário Jorge Paulo Lemann, está facilitando a vida de grileiros e garimpeiros ,invasores de algumas das terras indígenas mais desmatadas do país.
Em duas terras indígenas da região do Médio Xingu (PA),a empresa fornece energia de forma clandestina, depois de ter a autorização negada tanto pela Funai quanto pelo Ibama.Na Terra Indígena Apyterewa, no município de São Félix do Xingu (PA), a energia da Equatorial abastece a Vila Renascer. O lugarejo foi erguido ilegalmente, quando a área já havia sido regularizada como território do povo parakanã, e serve de apoio a grileiros e garimpeiros. Há ali posto de gasolina, restaurantes, mercados, hotel e serviço de internet.
Já na terra Indígena Ituna/Itatá, uma área interditada pelo governo federal desde 2011 devido à possível presença de indígenas isolados, a Equatorial admitiu ao Ibama a existência de oito instalações, tendo entre seus clientes Walter Rosa Alvino, denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) à Justiça Federal por desmatar 48 hectares de floresta intacta dentro da terra indígena.
A situação das duas áreas é crítica. Apyterewa foi a terra indígena mais desmatada do Brasil entre agosto de 2020 e julho de 2021, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), uma perda de 6.850 hectares de floresta.
Ituna/Itatá, em 2019, foi a mais devastada do país, com 11.990 hectares de destruição, um aumento de 663% em relação ao ano anterior. O desmatamento caiu em 2020 com ações do Ibama, mas está voltando a subir.
É urgente exigir a reestatização das empresas de setores tão estratégicos quanto a distribuição de energia. Para que as necessidades da população não fiquem à mercê de objetivos privados que levam as empresas a investir de forma contrária aos interesses sociais. Enquanto que para garimpeiros e grileiros não falta energia,para a população muitas vezes há apagão.É preciso lutar pela estatização e é urgente também a formação de comitês de auto defesa da população indigena dessas regiões e lutar para que as mesmas possam inclusive pegar em armas para se defender.