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Rumo ao neoliberalismo

“Esqueçam tudo o que escrevi”: a trajetória criminosa de FHC

Fernando Henrique Cardoso é um dos piores criminosos políticos do Brasil e nem de longe pode ser vinculado à luta pela democracia

O termo social-democrata voltou a rondar o cenário político internacional. No entanto, o termo agora não se refere à social-democracia clássica, dos velhos partidos europeus que tendo influência na classe operária e nas massas se subordinaram completamente à burguesia e atuaram, com governos extremamente direitistas, como fator de estabilização do regime capitalista nos seus países, contendo as tendências revolucionárias das massas.

A social-democracia de hoje, porém, é puro engodo e serve apenas para esconder a medonha face da direita; refere-se agora diretamente a partidos e elementos da burguesia, que escondem a política antidemocrática, antipopular, de direita, neoliberal com o verniz de social-democracia, ou seja, de um capitalismo regulado, mais humano. Assim, Joe Biden, um político atroz, tem sido considerado social-democrata nos EUA. No Brasil, recentemente, o youtuber de direita Felipe Neto declarou-se também social-democrata, não demorou para a imprensa capitalista vinculá-lo a Fernando Henrique Cardoso (PSDB), tido por essa mesma imprensa como o maior representante desta tendência política fajuta.

Cardoso, um dos maiores criminosos políticos do país, completa 90 anos e ainda continua como o principal representante do imperialismo no Brasil. Não obstante, alguns tentam apresentá-lo como um grande político democrático e até mesmo como aliado da esquerda na luta contra Bolsonaro e a extrema-direita. Uma perniciosa fantasia, nem FHC é democrata, ou social-democrata, muito menos aliado da esquerda. FHC e os “social-democratas” estão muito mais próximos de Bolsonaro, que eles mesmos colocaram no poder, do que de qualquer coisa que possa, mesmo que remotamente, ser qualificada de democrática.

A volta do termo social-democrata como algo positivo é uma manobra da direita tradicional para levantar-se do abismo em que caiu, apresentando-se como o caminho do meio, ponderado, sensato contra os extremos. A operação é complexa, os elementos e os partidos que se arrogam tal qualificativo, não se diferenciam quase nada do bolsonarismo quando o assunto é atacar os trabalhadores e destruir a economia nacional, são até mais ferozes. FHC não deve nada a Bolsonaro e a tragédia que causou nos seus dois governos foi ainda pior à que vivemos hoje. Sua trajetória bem mostra com quem estamos tratando.

Um esquerdista pequeno-burguês pseudomarxista

Cardoso nasceu em 1931 no Rio de Janeiro, egresso de uma rica família de origem portuguesa. Vivendo em São Paulo começou sua carreira como intelectual de tendência esquerdista. Formou-se em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo e nela fez carreira como professor de ciência política. Doutorou-se na mesma instituição em 1953 com uma tese sobre a escravidão no sul do país.

Foi também um dos expoentes da chamada teoria da dependência, uma teoria esquerdista, que se opõe ao marxismo, que trata das relações econômicas entre os países atrasados e o imperialismo. Suas ideias esquerdistas e limitadas de juventude deram margem para que alguns o classificassem de maneira errônea e absurdamente como autor marxista, mesmo sem nunca ter passado perto do marxismo.

Com o golpe militar de 1964 e o paulatino endurecimento do regime, FHC sai do país e faz carreira universitária em outros países da América Latina e da Europa. Com a abertura na década de 1980 volta ao país e entra em atividade política propriamente. Tornou-se senador pelo antigo MDB em 1982 substituindo Franco Montoro, eleito governador. Em 1986 é eleito senador pelo agora PMDB, nesse mesmo ano rompe com a legenda e forma com setores reacionários da burguesia mais ligados ao imperialismo o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O nome é uma mera fachada para esconder o conteúdo político e econômico do partido: o neoliberalismo, que necessariamente para se impor tem que transformar o regime político em um regime autoritário. Esse partido apoiado pelo imperialismo vai se tornar o principal partido do neoliberalismo que surgia e assombrava o mundo no país.

A nova realidade de esmagamento do povo

Com a queda do governo Collor, primeiro governo após a redemocratização, assumiu o Ministério das Relações Exteriores de Itamar Franco de outubro de 1992 a maio de 1993 e daí a abril de 1994 o Ministério das Finanças, saindo do governo para lançar sua candidatura à presidência. De 1986 a 1994 o PSDB sai do nada para governar o país, fato explicado pela pressão do imperialismo, uma vez que esse partido era o principal vetor do neoliberalismo. Uma frase é atribuída a FHC, que teria dito em um almoço com empresários em 1993: “esqueçam o que escrevemos no passado, porque o mundo mudou e a realidade hoje é outra”, mostra bem o compromisso com a agenda neoliberal, as ideias esquerdistas do passado foram para sempre enterradas.

A primeira experiência do neoliberalismo no país com Fernando Collor foi frustrada por uma extraordinária crise econômica e política que levou à queda do governo, com FHC, que vai governar por dois mandatos consecutivos, 1995 a 2002, a política neoliberal será levada ao extremo. O Plano Real e a política de privatizações deram um choque tremendo na economia brasileira, a miséria, a fome, a desindustrialização nacional, o desemprego alcançaram patamares ainda não vistos. Segundo dados do Ipea, quase 35% da população em 1999 viviam na pobreza e 14 milhões eram indigentes. A taxa de desemprego era enorme e constante, 1998 chegou a 9,0% oficialmente, decorrente das privatizações e da redução do parque industrial. Isso para citar alguns indicadores trágicos, os governos de FHC foram marcados pelo desemprego e pela fome.

A repressão ao movimento operário também foi uma marca indelével do governo FHC, é marcante a greve dos petroleiros em 1995. A repressão foi desenfreada, com demissões e perseguições aos grevistas, o governo mobilizou todo o aparato do Estado contra os grevistas, incluindo o exército que cercou e apontou os canhões contra os trabalhadores que ocupavam refinarias.

Em 2002 Luiz Inácio Lula da Silva do PT ganha a eleição devido ao grau de destruição promovido pelo neoliberalismo que levantou as populações de diversas partes do mundo contra essa política. A partir de 2008 a burguesia, tendo o PSDB a frente, se lança ao intento de retomar integralmente o controle do país. O golpe foi consumado anos depois, em 2016 com a deposição da presidenta Dilma Rousseff do PT. O PSDB e FHC tiveram papel preponderante nesse golpe, assim como na eleição de Jair Bolsonaro.

Em 90 anos de vida, Cardoso dedicou-se, na maior parte, a oprimir os trabalhadores, a entregar o país ao capital estrangeiro, se por algum momento defendeu a democracia, foi passageiro; desde que se tornou o representante do imperialismo seu único intento foi esmagar o povo para favorecer os grande capitalistas, esse é o resumo de sua vida.

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