O governo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) avança no projeto de implantar escolas militarizadas. Na terça-feira (9), foi divulgada a lista de escolas pré-selecionadas que aderiram ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). A cidade de Taquaritinga, interior de São Paulo, está apta para receber uma unidade. O prefeito fascista Vanderlei Mársico (PSDB), coronel local dono de importantes meios de comunicação (rádio, jornal, internet), já havia manifestado interesse em trazer uma escola desse modelo para o município.
A Escola Prof. Felícia Adelvais Pagliuso, localizada no Jardim São Sebastião, bairro operário e principal curral eleitoral da oligarquia Mársico, será transformada em uma escola militarizada. Um dos principais motivos da escolha desta escola foi em decorrência de estar localizada em um bairro operário. O projeto dos governos Bolsonaro e Mársico é enquadrar a juventude trabalhadora e oprimida em um rígido regime militar.
As Escolas Cívico-Militares ou Escolas Fascistas são uma política educacional da extrema-direita que prevê a participação de militares das Forças Armadas e das Polícias Militares nos âmbitos pedagógicos e administrativos. Neste modelo, os militares controlam de perto tudo o que pode ser ensinado, debatido, discutido entre professores e alunos. Não existe liberdade de expressão para discutir temas importantes como a situação política do país, religião e sexualidade.
O Pecim significa a materialização do projeto Escola Sem Partido. Somente professores conservadores e fascistas podem trabalhar neste tipo de escola. As atividades de sindicatos de professores e organizações estudantis são banidas. Trata-se de uma escola dominada pelo bolsonarismo e pelas Forças Armadas e PMs, que procuram impor um regime de terror contra os estudantes e impedir o desenvolvimento do senso crítico. É uma maneira de adestrar as crianças e adolescentes numa lógica de naturalização da desigualdade social capitalista e da opressão política, características ideológicas do bolsonarismo. É um projeto pedagógico da direita.
Jair Bolsonaro busca se aproveitar da pandemia para avançar com a transformação das escolas públicas em escolas fascistas. O prefeito Vandeleri Mársico tem interesse em desviar o foco da realidade das escolas públicas do município, sucateadas e sem infraestrutura adequada para garantir um ensino de qualidade. Além disso, Mársico é um declarado inimigo dos professores e dos servidores públicos. Por se tratar de um coronel, oligarca e brutamontes, é natural seu desprezo pelos educadores, pela educação crítica e contestadora e pela cultura.
É preciso mobilizar a comunidade escolar para impedir a transformação da escola Felícia em uma escola fascista, isto é, em um verdadeiro campo de terror para professores e alunos, monitorados e censurados pelas Polícias Militares e Forças Armadas.