A Prefeitura do Rio, agora com Eduardo Paes (DEM), como todo bom político burguês, começou a manipulação dos dados referentes às mortes por COVID-19, com vistas à justificativa que, com um número menor de mortes, possibilite manter o comércio aberto. A comunidade científica, naturalmente, demonstrou preocupação com a mudança de método.
A “grande ideia” do prefeito foi publicar pelo dia em que as mortes ocorreram. Como muitas vezes as mortes são registradas com dias ou semanas de atraso, os dados mais recentes, de janeiro e fevereiro, por exemplo, acabaram ficando em um patamar menor.
Em um relatório detalhado, o gráfico anterior apresentava 2.361 mortes por COVID-19 registrados em janeiro na capital. Após a mudança, a informação passou para 205 mortes por COVID-19 em janeiro: uma redução de 91%. É a contabilidade real das mortes, mas com a redistribuição delas para datas anteriores – ou seja, quando de fato ocorreram, e que, pela dificuldade de registrar no dia em que ocorreu, fica o registro para depois, o que causa uma diminuição nos resultados, até porque, dessa forma, pode-se fazer um controle com uma distribuição de mortes por dia que obedeça um critério de metas definido pelo poder público.
Essa é, sem dúvida alguma, uma das provas do compromisso que o prefeito tem com a burguesia. Mas não só. Partidos como o DEM, que aparentemente se colocaram contra Bolsonaro sob o título de “científicos”, dão mostras de que de “científicos” não tem nada. Pelo contrário! Eles utilizam de demagogia para levar o povo e a esquerda a reboque em um falso enfrentamento formando o conhecido agrupamento denominado de frente ampla, com o único objetivo de troca de um grupo da direita por outro no poder, e que, na realidade, pretendem a mesma coisa, trabalham com a mesma agenda: privatização, arrocho salarial, reformas favoráveis aos patrões, e o firme propósito de “enxugar” a máquina pública acabando com os projetos de políticas públicas e de apoio ao trabalhador.
A prefeitura do Rio demonstra, na prática, que é pouca ou nenhuma a preocupação com o controle da pandemia, que, sem o devido investimento no sistema de saúde, ou do auxílio emergencial, cujo término se deu em dezembro, deixa o trabalhador e o povo mais carente, que se expõe diariamente à COVID-19 por não poderem parar de trabalhar, ficando sem qualquer auxílio que o ajude a suportar as mazelas.
Esses políticos são agentes da burguesia e do imperialismo, que precisam sentir a força do povo para que o respeitem e às suas necessidades, e somente a mobilização nas ruas, com a classe trabalhadora marchando contra esse tipo de coisa, e exigindo condições para uma vida digna, pode enfrentar a sua arrogância e desrespeito.