A deputada Tabata Amaral, ou “Batata Liberal”, como também é conhecida a funcionária de Jorge Paulo Lemann, um dos homens mais ricos do Brasil, é a típica meritocrata neoliberal. Sempre gosta de se apresentar como mulher, periférica, filha de diarista e cobrador de ônibus. É uma verdadeira pérola do identitarismo. Sua origem humilde, no entanto, não a impediu de votar, por exemplo, na Reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Ou seja, não se incomodou em empurrar milhões de brasileiros ainda mais para a pobreza. Bem, pobreza é coisa do passado, pelo menos para ela e, como se costuma dizer: “Cada um com seus problemas”.
Tabata Amaral, apesar de mulher, é contra a descriminalização do aborto. Conforme entrevista no Roda Viva em 2019, afirmou que “a legislação que a gente tem hoje sobre o aborto é suficiente”. Tão suficiente, que a cada dois dias no País uma mulher morre em decorrência de aborto clandestino. Suficiente em deixar livre quem tem dinheiro para pagar clínicas caras e penalizar as mulheres pobres.
Direita e identitários no ataque
Recentemente a deputada vem sendo notícia por seus desentendimentos com o ator Zé de Abreu que no Twitter a chamou de “canalha” e, numa postagem excluída, escreveu “Se eu encontro na rua, soco até ser preso”.
Como era de se esperar, toda a imprensa golpista veio a campo para atacar o ator e tenta ligá-lo à figura de Lula. Ou seja, atacam o ex-presidente por meio da figura de Zé de Abreu, que é conhecido por suas posições esquerdistas. Para a grande mídia, quando não os inventa, quaisquer motivos servem. Nos últimos dias, a Folha de São Paulo tem lançado uma série de reportagens contra o Brasil 247 após o lançamento de documentário que expõe a inconsistente versão do ‘atento à faca’ sofrido por Jair Bolsonaro. Acusaram deputados do PT de estarem divulgando o vídeo, que o Brasil 247 está a serviço do PT, etc.
Os identitários, claro, estão ao lado da direita, afinal, um homem branco, “representante do patriarcado”, não pode atacar uma mulher, mesmo que a mulher em questão tenha contribuído para prejudicar a vida de milhões de mulheres. O identitarismo coloca os problemas morais em primeiro plano e esquece os fundamentais, por isso é tão incensado pela direta. Não se pode chamar uma mulher de canalha. Existem mulheres canalhas? Sim, obviamente, é disso que se trata. No entanto, não se pode dizer, é proibido, falar virou crime. Identitarismo nada mais é que censura prévia. Se você não tiver “lugar de fala” tem que se calar. Nas discussões não é preciso ter bons argumentos, mas determinada cor ou gênero.
Todo apoio a Zé de Abreu
A esquerda não pode se render a moralismos, não pode se tornar autoritária e impedir que as pessoas falem. A esquerda não tem que “cancelar” aqueles que ficam indignados com os ataques à classe trabalhadora. É preciso defender com unhas e dentes a liberdade de expressão. Os identitários, com a desculpa da defesa de direitos, na verdade os estão suprimindo; pedem prisão para quem fala isso ou aquilo, patrulham termos que não devem mais ser utilizados; querem suprimir partes de livros, queimar estátuas… é um verdadeiro absurdo.
Zé de Abreu tem todo o direito de se revoltar contra essa deputada, ela é mesmo uma figura desprezível. Faz cara de boa moça, mas não se incomoda de apertar o pé no pescoço da população que está na miséria e ainda tem de pagar a conta para que os ricos, como o patrão dela, fiquem ainda mais ricos.
E mais: é preciso dizer com todas as letras que quem defende Tabata Amaral do “machismo” de Zé de Abreu, está atacando os direitos das mulheres, rasgados pela direita golpista da qual Tabata Amaral faz parte.