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Política demagógica

Doria assume de vez seu identitarismo para as eleições

Os principais responsáveis pela opressão do povo controlarão a Delegacia da Diversidade

Na quinta-feira, 26, o governo do Estado de São Paulo criou a Delegacia da Diversidade Online. A delegacia tem o objetivo de “combater crimes de discriminação e intolerância”. Assinado pelo identitário bolsonarista João Doria (PSDB) em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, o decreto amplia as atribuições da Divisão de Proteção à Pessoa (DHPP) e das Delegacias Especiais de Investigações Criminais (DEICS). Esses órgãos irão apurar os crimes de intolerância religiosa, ideológica, cultural, étnico-racial e de gênero. Para Doria, num momento típico de demagogia política, o decreto simboliza a “força da lei aos intolerantes”. As vítimas, como sempre enganadas com esses projetos faz-de-conta, poderão fazer as notificações da agressão através da internet (bem inócuo, sem nenhuma garantia de resolução) ou pessoalmente nas unidades policiais, onde ─ como existem muitos relatos ─ a vítima sofre outra violência e até assédio quando vai registrar a ocorrência.

Com mais de mil casos de agressões em média por ano, segundo dados da própria Polícia Civil, as classes sociais oprimidas nunca tiveram nenhuma proteção. Agora, justamente nos órgãos que mais agridem os negros, homossexuais e demais setores que sofrem preconceito e violência diária, esse programa estará oficialmente sob a coordenação dos opressores, sem nenhuma supervisão e participação das principais vítimas da violência. Será um amontoado de dados falsificados e manipulados para mostrar que agem em prol da diminuição da violência e intolerância racial, politica e de gênero.

Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz, 26 policiais ficarão responsáveis pelos esclarecimentos e registros dos crimes. Todos eles farão um curso online de 8 horas para atender as vítimas. Com mais de mil casos registrados por ano, e certamente há muitos outros sem registro, esses policiais já eram para saber lidar com o problema, mas é preciso contratar uma empresa para ganhar dinheiro do Estado para fingir tratar bem os oprimidos. Yussef Chain, secretário-executivo da Polícia Civil, disse que a divulgação do serviço irá estimular novas denúncias, ou seja, o objetivo desses demagogos será registrar, contabilizar, fazer estatística, e nada de efetivo fazer, pois os opressores saem desses próprios órgãos e de seus aliados no regime de opressão que impera há mais de 20 anos no Estado de São Paulo controlado pelo PSDB.

Para finalizar o horror de demagogia naquela manhã de quinta-feira, Edgar de Souza, ex-prefeito de Lins, cidade do interior paulista, presidente nacional da Diversidade Tucana, um grupo do PSDB para enganar a população LGBT, disse que o sonho deles era não ter obstáculos e desferiu uma propaganda ridícula para João Doria: “Nós queremos políticos, um presidente, que tenha compromisso com a democracia e com as políticas públicas, que preservem a nossa existência e de todas as pessoas. E faça a palavra ser consolidada em atitudes práticas. E digo, sem sombra de dúvidas, sem medo de errar, o nome dessa pessoa é João Doria”.

João Doria, um bolsonarista explícito que navegou na onda Bolsonaro em 2018, quer ser o político indicado pela terceira via, agremiação de golpistas da burguesia que quer substituir Bolsonaro para praticar mais maldades e adotar completamente as pautas neoliberais. Para tal projeto político, Doria se coloca como “científico”, “democrático”, “tolerante”, mas no fundo é um fascista e demagogo da pior espécie na cambaleante República brasileira.

Ainda na linha identitária para enganar os incautos e favorecer a direita nacional e o imperialismo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), aliado de Doria, nomeou Aline Torres como a nova Secretária de Cultura da cidade de São Paulo.

Negra, 34 anos, neta de escravo, formada em relações públicas, pós graduada em Gestão de Projetos Culturais, adjunta da Secretaria de Inovação e Tecnologia, embaixadora do Brasil no Conselho Pan-Africano, Torres se diz militante dos movimentos negro e feminista, com presença na comunidade de Pirituba (zona noroeste da cidade), mas atuando contraditoriamente de forma oficial num governo de direita, reacionário e antipopular. Além disso, foi candidata em 2018 a deputada federal pelo PSDB, o partido de Doria, que vendeu o país e jogou milhões de brasileiros na miséria. No ano passado, já no MDB, se candidatou a vereadora.

Aline Torres é um modelo perfeito de identitarismo. Todos os identitários são, de alguma forma, iguais a ela. E servem aos mesmos interesses: os da direita e do imperialismo. Justamente por isso Doria se vê tão a vontade para explorar o identitarismo, pois ele é uma alavanca golpista para a manutenção e intensificação da exploração dos trabalhadores pelos capitalistas, para os quais Doria e o PSDB trabalham tão fielmente.

Doria, assim, faz abertamente e de consciência limpa uma grande demagogia identitária buscando os votos da esquerda pequeno-burguesa ─ identitária ─ nas eleições de 2022. 

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