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Co-responsáveis pelo genocídio

Depois da Ford, Renault e Nissan podem fechar fábricas no Brasil

Depois de explorar os trabalhadores por décadas empresas podem estar se preparando para deixar o país, deixando milhares de mortos e desempregados.

Em entrevista concedida à revista direitista Veja, neste sábado (03), o ex-presidente do Grupo Nissan-Renault, Carlos Ghosn, afirmou que as duas empresas podem deixar o país em breve, seguindo o mesmo caminho da multinacional estadunidense Ford.

Ghosn: “Os mais fracos vão sair do Brasil, o que sempre acontece em grandes crises. Dentre os mais fracos, cito a Aliança (Nissan-Renault)” e “Para competir no Brasil é preciso ter uma montadora forte, com vontade de superar os ciclos específicos da economia local, e, se a empresa não tem essa vontade, vai ficar o tempo inteiro saindo e entrando do país, demitindo e contratando, parando e retornando. Esse stop and go é muito ruim para a marca e para os empregados“.

As declarações do ex-executivo do grupo não parecem estar longe da realidade, uma vez que nesta semana as fábricas das empresas paralisaram a produção. Na quarta (24/03) a Nissan anunciou que interromperia a produção na fábrica localizada em Resende (RJ) e daria férias coletivas a seus funcionários a partir do dia 26 de março. Já a Renault anunciou na quinta (25/03) que interromperia a produção a partir da segunda (29), informando que manteria atividades presenciais somente para serviços essenciais e colocaria os setores administrativos em regime de “home office”.

As duas empresas anunciaram a decisão praticamente juntas, com 1 (um) dia de diferença somente, e justificaram as medidas em função do avanço da pandemia da COVID-19 e, em acordo com os sindicatos dos trabalhadores, estariam promovendo a parada das atividades e promovendo o isolamento social para os trabalhadores.

Agora eles se preocupam?

Apesar do argumento apresentado pela direção das empresas, que fazem parte do mesmo monopólio industrial, de “buscar preservar a saúde dos trabalhadores” parece que essa preocupação só veio depois que os números da venda de carros no país despencaram a níveis de 15 anos atrás.

Em 2020 a produção de todas as marcas de veículos no Brasil foi de 2,1 milhões, muito abaixo dos 3,4 milhões em 2014 e muito distante do recorde de 2010, último ano do segundo governo Lula, em que foram produzidos cerca de 3,8 milhões de veículos.

A realidade é que com a crise econômica que se abateu sobre o país, principalmente após o golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, a venda de veículos vem caindo ano após ano, motivada pelo crescimento do desemprego no país e a queda de renda da classe trabalhadora. As indústrias do setor automotivo, que fazem parte de monopólios multinacionais, começaram a sentir um ambiente econômico desfavorável para atender suas expectativas de lucro na casa dos dois dígitos sempre, sendo que nem mesmo os constantes “benefícios” dados pelo Estado brasileiro, como isenção de impostos, desoneração de encargos trabalhistas, empréstimos subsidiados, parcelamento e redução de tributos, estão sendo suficientes para atender as expectativas de ganhos.

O argumento de paralisar a produção para proteger os trabalhadores não passa de uma tentativa de criar um “pano de fundo” para enrolar os trabalhadores e sindicatos da categoria e preparar a saída das empresas do país.

Co-responsáveis pelo genocídio

É preciso lembrar que as indústrias, inclusive do setor automobilístico, estão entre os principais responsáveis pela disseminação da pandemia pelo país, pois desde o início da proliferação doméstica do vírus, as grandes empresas nunca paralisaram suas atividades. Mantiveram os trabalhadores aglomerados em unidades de produção, que são basicamente, um aglomerado de pessoas em um ambiente fechado, compartilhando transporte, banheiros, refeitórios, locais e ferramentas de trabalho.

As grandes empresas, justamente pelo seu tamanho e poder do seu capital, conseguem se impor diante das sociedade e dos governos, para que o fluxo constante de seus lucros não parem. São estes monopólios, inclusive, os responsáveis pela política genocida do governo de Jair Bolsonaro; são estes grandes capitalistas que exigem que Bolsonaro adote esse discurso fajuto de “não podemos deixar a economia parar”, “não podemos deixar as empresas quebrar”. Quando o genocida Bolsonaro diz essas frases encomendadas, não se refere às pequenas e micro empresas, mas sim a estas gigantes, aos monopólios como Renault, Nissan, Ford, Chevrolet, Volkswagen, Fiat etc.  São estes empresários que ditam as regras do governo e mantém as indústrias funcionando, mantendo o fluxo de contaminação dos trabalhadores sempre crescente.

Os trabalhadores destas empresas, assim como de todo o setor automobilístico não devem acreditar nesta demagogia. Devem sim, exigir o direito ao isolamento social efetivo, a redução de jornada de trabalho com manutenção dos salários, contratação de mais trabalhadores para escalonar o serviço e se necessário ocupar as fábricas para não permitir que os capitalistas internacionais fechem, se retirem do país e deixem os trabalhadores na miséria.

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