Nesse domingo, 21, o PSDB realizou suas prévias presidenciais em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Para tentar alavancar a popularidade dos membros desse partido, a Rede Globo, que dá sustentação a esse grupo golpista, fez a cobertura do evento. A votação das prévias presidenciais, que seria de forma presencial e à distância, expôs a crise da burguesia golpista e sua falta de unidade para indicar um candidato para a terceira via.
Com um problema no aplicativo de votação, o qual já tinha sido motivo de contestação por parte de João Doria, a direção do partido suspendeu o ato, o que gerou revolta por parte de alguns setores. A Deputada Federal Mara Rocha (Acre), que não aceitou o cancelamento da votação, ameaçou entregar um esquema de compra de votos (nada inédito) a favor do candidato Doria.
A divisão interna no PSDB está mais clara agora. O ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que também é candidato nas prévias, disse que o Presidente do Partido, Bruno Araújo, quis que ele e Doria falassem ao lado de Leite no turno da tarde, mas não houve consenso e criticou o presidente:
“Pela ideia do Bruno, falaríamos os três. Mas não tem cabimento. Com esse rapaz não dá. Não dá, porque sempre tem subterfúgio, ele é escorregadio, está mal aconselhado”, disse Virgílio.
João Doria, que estava articulando a compra de votos a seu favor, e Arthur Virgílio também se revoltaram com a proposta de Eduardo Leite de transferir as prévias para o próximo ano. Segundo Virgílio, o Governador do Rio Grande do Sul é contra as prévias e quer melar o processo. Antes das prévias, os candidatos Doria e Leite exibiam uma falsa harmonia.
As prévias do PSDB, o partido que articulou o golpe imperialista contra Dilma Rousseff(PT) e a prisão de Lula, sem base social, fará de tudo para manter esse golpe que está em vigor desde 2016.
Os candidatos direitistas, reacionários e golpistas abrigados no PSDB, PL, União Brasil e Podemos podem vir a se unir e criar uma unidade temporária para tentar derrotar Lula e a chegado do PT ao poder. Todos eles são submissos aos interesses da burguesia, contra o Brasil e a favor da política de terra arrasada, uma política neoliberal que poderá colocar em prática todo o seu projeto violento, aumentado o desemprego, a fome e a miséria, entregando todo o patrimônio do País ao capital financeiro internacional, comprometendo o futuro e soberania do Brasil.
Se a fissura dentro da terceira via, a Frente Ampla, continuar, toda essa gente golpista fechará de novo com a candidatura fascista de Jair Bolsonaro, como fizeram em 2018.
Quando o PCO denunciava a armação que era permitir esses golpistas bolsonaristas nas manifestações populares, fomos acusados de sectários. O que antes já estava claro, agora o golpismo está explícito.
É necessário continuar denunciando essa terceira via bolsonarista e a sabotagem da esquerda pequeno-burguesa a reboque da direita golpista do PSDB. A teoria de golpear o inimigo(Bolsonaro) juntos e depois caminhar separados é um engodo, uma capitulação diante do inimigo, pois todos esses partidos da direita – PSDB, MDB, PL, PP, Podemos, PDT, União Brasil, etc. – são inimigos da classe trabalhadora. Eles não querem derrotar Bolsonaro, sua cria, nem impedir os seguidos ataques, querem controlá-lo e entregar o País. Estão no cenário político para golpear a esquerda e as organizações populares, além de aprovar todas as nefastas pautas neoliberais no Congresso Nacional, como estamos vendo desde 2016: fim da Previdência pública, dos direitos trabalhistas, desvalorização do salário mínimo, da educação e saúde públicas e das privatizações, dentre outros assaltos ao povo brasileiro.
Para derrotar o golpe e essa direita golpista, que todos permaneçam nas ruas e unidos em torno da candidatura de Lula, peça-chave para derrotar a burguesia e melhorar a vida dos trabalhadores.