Na última quarta-feira, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil fora divulgado. O índice recuou em 0,1%, segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no segundo trimestre de 2021 em relação aos três meses anteriores. O Produto Interno Bruto nada mais é que a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e durante um certo período e serve como uma espécie de “termômetro” da evolução da atividade e da capacidade de uma economia gerar riqueza e renda. As maiores quedas foram da agropecuária (que recuou (-2,8%) e na indústria (que recuou -0,2%), setores primordialmente dependentes da classe operária, dentro do contexto socioeconômico brasileiro.
Acontece que, após a divulgação do resultado mais fraco que o esperado pelos analistas econômicos, boa parte da imprensa capitalista brasileira passou a culpar a atual crise hídrica que o país vem enfrentando pelo recuo da economia, tal qual fizeram utilizando da pandemia como pretexto para a estagnação econômica. O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, usou dos mesmos argumentos como desculpa para o aumento da inflação. No âmbito Federal, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), criou uma nova bandeira de cobrança nas contas de energia, sob o mesmo pretexto, que se estenderá até abril do ano que vem. O valor é 49,63% a mais em relação ao da bandeira vermelha patamar II, que era cobrada até então, um salto de R$ 9,49 para R$ 14,20 por 100 quilowatt-hora.
Na realidade, nem a crise hídrica e nem a pandemia definem a crise econômica, visto que esta, por si só, é um ato-contínuo da crise de 2008. A pandemia tão somente acentuou a gravidade da situação, bem como a questão hídrica agora vêm fazendo. Nesta mesma seara, tivemos também a disparada dos derivados de petróleo, estes quais são reajustados pelo dólar, que acabará por, juntamente com o aumento do custo da energia elétrica, levar ao aumento exponencial da inflação.
O povo brasileiro, neste sentido, vem enfrentando diversos ataques aos seus principais bens públicos, através da nefasta política das privatizações. Vimos os Correios serem atacados, diversas empresas públicas serem privatizadas, o desmonte da Petrobrás e diversos outros acontecimentos trazidos pela política neoliberal do Governo Federal. A estatização do setor elétrico, neste caso, se mostra cada vez mais como a real saída para que a população tenha condições de se defender contra esses ataques.