Na última quinta-feira (28), funcionários de uma empresa contratada pela prefeitura fascista de Bruno Covas (PSDB), na capital de São Paulo, concluíram a colocação das pedras, que são presas ao chão por uma espessa camada de cimento, na parte debaixo do viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida, na avenida Salim Farah Maluf, que fica no Tatuapé (zona leste de SP), sentido bairro da avenida.
Do outro lado da pista, a obra de higienismo social já havia sido finalizada.
Um dos trabalhadores que fez a obra comentou algo interessante sobre a situação de quem mora no local e trabalha com reciclagem de materiais diversos:
“A gente faz porque é obrigado, mas até aperta o coração tirar o teto de quem já mora na rua”, disse um dos trabalhadores.
Segundo o censo realizado pela prefeitura em 2019, a capital tem 24.344 moradores de rua, sendo que, apenas na região da Subprefeitura da Mooca, onde ficam os viadutos que receberam as pedras, 835 pessoas moram em situação de rua. Estes números ficam atrás apenas da Subprefeitura Sé (7.593).
A menos de 1 km do local atual, na parte inferior do viaduto Antônio de Paiva Monteiro também foi feita a obra de colocar pedras quadradas no fim do ano passado. Segundo os trabalhadores da região, o local sempre foi ocupado por alguns moradores de rua, que sumiram após a intervenção da prefeitura.
Aqui, vale rememorar as ações tomadas pelo ex-prefeito, e atual governador, João Doria (PSDB) – o científico -, que tentou dar ração humana para os moradores, jogou água às 5 horas da manhã nos moradores no dia mais frio da capital naquele ano, e, para além, das falas de sua esposa contra os moradores de rua.
Esta é a política nazista que a direita tem para os pobres na cidade, no estado e no país.
Cinicamente, como sempre, a Prefeitura de São Paulo informou por meio de nota, que “desconhece a ação citada” e que será aberta uma sindicância para apurar o ocorrido. As pedras colocadas sob os viadutos “já estão sendo removidas”, afirma trecho da nota.
Os gestores de Covas, afirmaram também que cumprem o decreto Nº 59.246/20, que dispõe sobre os procedimentos e o tratamento dado à população em situação de rua durante as ações de zeladoria urbana.
“É vedada a retirada de pertences pessoais como documentos, bolsas, mochilas, roupas, muletas e cadeiras de rodas. Podem ser recolhidos objetos que caracterizam estabelecimento permanente em local público, principalmente quando impedirem a livre circulação de pedestres e veículos, tais como camas, sofás, colchões e barracas montadas ou outros bens duráveis”.
Para a arquiteta urbanista Paula Freire Santoro, professora da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), da USP, e coordenadora do LabCidade, a obra é declaradamente desumana ao criar uma “nova arquitetura do genocídio da população de rua”.
“Como pode um gestor construir algo feito para machucar, para não deitar, para fazer as pessoas sumirem dali? Isso não diminui o desafio que é acolher essa população nem reduz o número de pessoas nas ruas, mas é bem mais simples do que encarar os problemas sociais”, criticou ela.
Porém, aqui não há nenhuma novidade. Para os que conhecem minimamente o genocídio que o PSDB comete no país – desde o governo de FHC, espalhando a pobreza por todos os estados – está claro que foi tudo arquitetado pelos “cabeças” do partido, como política efetiva para o massacre dos mais pobres.
Isso demonstra mais uma vez a necessidade de derrubar todos os golpistas, do nível federal, estadual e municipal. São inimigos do povo e esta é a ciência deles: atacar os mais de todas as formas possíveis!