A União Nacional dos Estudantes (UNE) declarou abertamente sua política de defesa de volta às aulas presenciais em escolas e universidades, mesmo sob o pior momento de contágio por coronavírus, quando já chegamos a mais de 255 mil mortes causadas pelo vírus. Estamos num momento no qual chegamos novamente à marca de mais de mil mortes por dia, com o sistema de saúde público do País inteiro colapsado e as filas de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) abarrotadas.
A maior entidade do movimento estudantil do Brasil, controlada pelo PCdoB, ignora completamente a política criminosa da direita e, juntando-se a ela, empurra a juventude para o abismo do contágio. Com contribuição notável do PCdoB e seus acordos com os golpistas, a UNE tornou-se mais uma arma para o governo Bolsonaro contra a população trabalhadora e seus filhos.
Diante do abandono completo da população, no qual o presidente ilegítimo tira o corpo da responsabilidade com saúde pública e pratica um verdadeiro genocídio, a política da UNE e do PCdoB é confusa e declaradamente direitista. A decisão é tudo que os empresários e os bolsonaristas defendem: que é completamente normal voltar às aulas presenciais diante do caos pandêmico no Brasil.
O discurso demagógico de “humanidade” está em tomar medidas preventivas que “não se coloque em risco a vida de professores, trabalhadores e estudantes no processo”. Ou seja, para a UNE e o PCdoB, voltar às aulas presenciais sem a população estar vacinada é completamente normal.
A entidade, que está totalmente à reboque da direita, ignora o cenário que se colocou em São Paulo quando Dória decretou a abertura de mais de mil escolas da rede pública do estado. Desde o decreto, mais de 1.000 pessoas entre estudantes e trabalhadores da educação já foram contaminados pelo vírus com a volta às aulas presenciais. O golpista Dória tem o mesmo cuidado “humano” que a UNE diz ser possível.
A demagogia da UNE está em levantar a #ForaBolsonaro, exigir vacinas suficientes para a população e dizer que a volta será acompanhada de especialistas em saúde. Devem ser os mesmos “especialistas” de Dória, o governador “científico”, que forçou de maneira criminosa o contágio de mais de 1.000 pessoas com a volta às aulas. Não há sentido algum em lutar pelo #ForaBolsonaro e defender a volta às aulas presenciais à todo custo.
Se observarmos, o PCdoB e UNE defenderam a política da direita durante toda a pandemia. Em 2020 era definitivamente absurdo falar em sair às ruas, nem para gritar “Fora Bolsonaro!”. Essa foi a política de “sensata” da esquerda pequeno-burguesa, que funcionou na verdade como boicote à revolta da população trabalhadora, que se mobilizou para ir às ruas contra a política genocida da direita durante a pandemia. E agora, no fim de fevereiro, a política da UNE é voltar às aulas presenciais, num conluio com a direita e os golpistas.
A política da UNE e PCdoB mostram mais uma vez que estão distantes da classe trabalhadora e da juventude operária quando se colocam pela “defesa da vacina” para lutar pela “vida”. Essa é a mesma campanha da direita que, através da Rede Globo, faz a propaganda “vacina sim”, e defende jogar a juventude aos riscos do coronavírus com a volta às aulas presenciais.
Para quem tem um um programa operário para a pandemia, como é o caso do Partido da Causa Operária (PCO), sabe que a esmagadora maioria dos trabalhadores desejam a vacinação da população e, ainda mais, a volta às aulas de modo seguro com a população vacinada, e não sob as condições precárias do ensino híbrido. Dessa forma, a política correta da esquerda é denunciar que a campanha de vacinação no Brasil é uma fraude, e não passa de demagogia da direita, servindo apenas para que os empresários voltem a lucrar, jogando a população ao risco.