Nesta terça-feira, 14, no Programa Pânico da Jovem Pan, mais um dirigente nacional do Partido da Causa Operária (PCO) teve a oportunidade de difundir para milhares de pessoas a política do partido e explicar os principais fatos e acontecimentos do Brasil sob uma perspectiva marxista. Dessa vez a missão foi de Natália Pimenta, que é membro do Comitê Central do PCO, Secretária de Organização e Coordenadora do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, palestrante e colunista do Jornal Causa Operária.
Natália Pimenta aproveitou a oportunidade para presentear os apresentadores do programa com o livro A Era da Censura das Massas (Edições Causa Operária, 2022), escrito pelos companheiros Rui Costa Pimenta e João Jorge Pimenta, que denunciam o controle da opinião e a censura à esquerda progressista nas redes sociais.
Emílio Surita, âncora do programa, iniciou a entrevista querendo saber mais sobre a história de Natália, que informou já ter sido candidata a vereadora e deputada federal, enfatizando que a campanha do partido não tem financiamento grande, o fundo partidário, quando tinha, era de quase 1 milhão e para eleger um deputado em São Paulo, por exemplo, é preciso ter 2 a 5 milhões, uma quantia inviável para as condições do partido.
Sobre o espaço necessário na mídia para divulgar as ideias, Natália disse a burguesia manipula, pois ela não quer mostrar o partido. Quando o partido começou a disputar eleições em 1996 ele tinha mais espaço e depois foi diminuindo progressivamente. Em 2002, o PCO ainda participou de entrevistas e em 2006 a candidatura à presidência foi impugnada. Nesse ano o partido teria mais votos do que na eleição anterior. “Não querem mostrar, pois vai que a população se interessa, gosta das ideias…”, esclarece.
Sobre censura nas redes sociais, Natália diz que ela acontece “principalmente mais para o lado da esquerda, da esquerda mais revolucionária” e distingue o que os apresentadores entendem como direita e extrema direita, que é usada pela direita quando esta não mais funciona. “A burguesia de um modo geral e o imperialismo que a gente sabe que manda no país eles são mais dessa ala direita, o PSDB. A extrema direita eles usam quando essa direita já não está funcionando e não está funcionando agora”.
Emílio Surita comenta sobre o interesse dos grandes capitalistas e o por que o presidente da Coca-Cola fala em pautas da diversidade, feminismo e justiça social. Natalia aproveita e explica que “grandes empresas estão todas adotando esse discurso. As principais redes de televisão, os principais meios de imprensa, a Globo é totalmente nessa linha. É uma das políticas do imperialismo. É melhor ter uma esquerda que não seja muito radical. Essas pautas são inócuas”. “Não é como era o partido comunista no início, o partido bolchevique, que reivindicava por aumento salarial, coisas reais”. “Essa conversa de que não pode falar isso, não pode falar aquilo, tem que reprimir, tem que colocar um negro na novela da Globo, ele não pode ser escravo, também não pode falar escravo, tem que falar escravizado, o que é que muda para a maioria da população negra? Não muda nada. Eles continuam sendo oprimidos, salário baixo, sendo assassinado pela polícia, então é melhor o imperialismo estimular isso e transformar a esquerda nessa água parada”.
Sobre um dos políticos da esquerda pequeno-burguesa, Guilherme Boulos(PSOL), Natália Pimenta disse que “ele é meio cosplay de Lula. Se vocês já viram os discursos dele em ato parece que ele está imitando o Lula. Ele gostaria de ser um Lula, mas é difícil porque ele não tem a base, não foi líder de greve nenhuma. Ele é uma esquerda que a burguesia apoia. Saiu candidato a prefeito e não viu a imprensa atacando ele, o que chama muito atenção”.
Com relação a Geraldo Alckmin, Natália disse que a “maioria dos apoiadores do Lula, a base do PT e tudo mais não apoia essa chapa, não” e denunciou os ataques de Alckmin contra o sindicato Apeoesp e os professores, que foram reprimidos pelo ex-governador de São Paulo.
Natália Pimenta enfatizou ainda que o partido apoia o Lula porque ele é um líder popular, está ligado aos sindicatos e aos trabalhadores, apesar de ter críticas a ele, que nem é um revolucionário.
Natália concluiu a entrevista denunciando a corrupção inerente do sistema capitalista, o domínio dos empresários e banqueiros, cujos poderes devem ser retirados; o papel nefasto de divisão da esquerda promovido pela esquerda identitária; o papel da mulher na luta de classes e a necessidade do PT mobilizar os trabalhadores quando retornarem ao poder, a fim que possam criar mais empregos e aumentar os salários. Criticou ainda outras personalidades como Antônio Palocci , Marcelo Freixo, Sergio Moro e toda articulação golpista do julgamento do mensalão, dentre outros assuntos.
Assista ao programa Pânico e conheça as ideias marxistas do PCO.
Ainda na terça-feira, às 18h, Rui Costa Pimenta foi ao programa +1Podcast, no YouTube, concluindo com Natália Pimenta essa grande semana de divulgação das ideias do partido na imprensa burguesa.
