Mais uma morador de favela é brutalmente assassinado pela PM do estado do Rio de janeiro. Três dias após a chacina do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, região próxima a Niterói, que deixou oito mortos em um mangue, o entregador Elias Oliveira de 24 anos chegou na comunidade do Palácio, em Ingá, na cidade de Niterói por volta das 14h após um exaustivo dia de trabalho. Mal sabia ele que minutos antes, a comunidade tinha sido ocupada pela polícia militar.
Se Elias soubesse que o “esquadrão da morte” estava na favela tinha ao menos uma chance de sobrevivência, procuraria correr e se esconder. Ao se deparar com um soldado da PM, Elias gritou desesperado dizendo que era morador, porém sem sucesso, o tiro já tinha partido acertando-o no rosto. Chegou a ser socorrido e levado ao hospital mas não resistiu e faleceu.
Sem ler a nota da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Policia Militar, conseguimos imaginar o que foi divulgado: “houve confronto na região com troca de tiros, apreensão de drogas e armas”. É o “modus operandi” da PM em todos os estados do Brasil, com mais intensidade nos estados de São Paulo e Rio de janeiro onde as comunidades pobres estão mais organizadas.
Desde sua criação, a polícia militar possui um histórico sangrento de assassinatos, violações, agressões contra os moradores de favela. O golpe de 2016 fez com que o fascismo levantasse a cabeça, com isto a PM tem intensificado sua política de extermínio contra os pobres e negros. Agem impunemente pois sabem que seus patrões, os capitalistas, aprovam suas ações. É um controle social na base da força e do sangue e não na base da educação e oportunidades.
É preciso lutar pelo fim da polícia militar, o armamento dos favelados das comunidades pobres formando milícias e a criação de comitês de auto defesa controlados pelos próprios moradores. Pois assim, não só Elias, que deixou uma filha pequena, mas dezenas de milhares de jovens pobres e negros que são mortos todos os anos pela PM teria uma chance de sobreviver.