Como uma eleição extemporânea no município de Missão Velha, no interior do Ceará, reflete a jogada da burguesia para manter o golpe contra o PT e evitar a derrota da burguesia nas próximas eleições presidenciais de 2022? Ocorrida no último 1º de agosto, as eleições no município cearense acirrou a disputa entre os candidatos Dr. Lorim (PDT) e Fitinha (PT), exibindo um retrato municipal do que o PDT do “coroné” Ciro Gomes vem se transformando a cada dia no cenário nacional: um partido de direita a serviço da extrema-direita bolsonarista.
Em Missão Velha, o candidato bolsonarista e ex-prefeito da cidade Dr. Lorim, que perdeu a eleição no ano passado, tem o apoio de Ciro Gomes (PDT), o “defensor” da democracia que fugiu para a França para não apoiar o PT. A candidata Fitinha (PT) tem o apoio natural do ex-presidente Lula e de deputados petistas. Fitinha era vice-prefeita na chapa do candidato vencedor Dr. Washington Macedo (MDB), que em seguida teve sua candidatura indeferida por improbidade administrativa. O candidato adversário também teve sua candidatura impugnada, mas liberada pela 16ª Zona Eleitoral doa Ceará.
Com o pai de Washington na chapa de vice, o Sr.Tião (MDB), Fitinha foi para o pleito, mas, depois de toda sabotagem dos coronéis da família Gomes, perdeu a eleição e todos os bolsonaristas comemoraram e consideraram a derrota de Fitinha como uma derrota de Lula. Os pedetistas aproveitaram a vitória de Lorim para propagandear a candidatura de Ciro Gomes a Presidente da República em 2022.
As eleições no município de Missão Velha consolida a visão que o Partido da Causa Operária já vem denunciando há muito tempo: Ciro Gomes é um abutre dos votos do PT, nunca foi de esquerda, pois começou sua carreira no PDS (antiga ARENA, apoiadora do regime militar), foi para o PSDB, é um neoliberal enrustido e agora se põe mais claramente a serviço da burguesia para minar a força do maior partido de esquerda do Brasil, o PT. Ao lado de Ciro Gomes, existem outros abutres dentro desses partidos que querem minar o PT, a pretexto de lançar uma candidatura própria, mas sabem que não venceriam o candidato da direita. Apenas Lula tem base popular e mobilização eficiente para derrotar todo esse esquema reacionário que está presente no Brasil. Derrotar o PT nessas difíceis condições é colaborar com a direita golpista, que quer o poder a qualquer custo, inclusive mantendo Bolsonaro e toda sua pauta de atraso para os trabalhadores e o país. Ao lado de Ciro Gomes nessas sabotagens, estão também Boulos (PSOL), que convidou o comunicador direitista Datena para ser seu vice de chapa, além das seguidas sabotagens como a ridícula campanha do “não vai ter Copa”; Marcelo Freixo, que já cedeu sua candidatura para o direitista Eduardo Paes (DEM), no Rio de Janeiro e muitos outros que vêm articulando a terceira via direitista que será tão nefasta em seu programa quanto Bolsonaro. A terceira via reacionária está sendo articulada em torno do “científico” João Doria (PSDB), que vem acabando com a cidade mais rica do país, São Paulo, cuja população vem sofrendo diariamente nas mãos desse governador.
Se a terceira via não for viável, toda a burguesia que hoje ataca Bolsonaro irá de novo apoiar o fascista. FHC, Doria e outros votarão em Bolsonaro. As críticas que estes políticos fazem ao presidente ilegítimo é apenas um jogo de cena, uma demagogia para angariar votos e simpatia do eleitorado. Ciro Gomes também irá votar em Bolsonaro ou novamente fugir para a França, de onde não deveria ter voltado em 2018, pois aqui sua atuação é típica de um traidor da pátria, um golpista inimigo do povo.