Nesta terça-feira,14, o governo de João Doria (PSDB) vendeu mais um patrimônio do povo a preço de banana. Para beneficiar a iniciativa privada, o governo concedeu os parques da Cantareira e Horto Florestal (zona norte) para a empresa Construcap por uma bagatela de R$850 mil, um crime contra o povo paulista.
A concessão, eufemismo para privatização, que também é para entrega do patrimônio, será por três décadas. O parque da Cantareira é grande e muito importante para os municípios de São Paulo, Mairiporã, Guarulhos e Caieira.
A empresa vencedora, que concorreu ao leilão sozinha, já foi agraciada com o Parque do Ibirapuera e de mais outros dois parques estaduais. Ela fará míseros investimentos de R$45 milhões nesse período. O Estado de São Paulo concede o patrimônio por uma bagatela e determina investimentos num valor que certamente o poder público já investiu.
O leilão ocorreu na Bolsa de Valores de São Paulo e contou com a presença do governador Doria e seu Secretário de Infraestruta e Meio Ambiente, Marcos Penido. De forma cínica, Penido e Doria comemoraram o ágio de 3,66% em relação ao lance mínimo, que era de R$820 mil. A empresa deve ter achado tão barato o lance que deu um pequeno ágio ao governo.
A Construcap venceu também em 2019 a concessão do Parque do Ibirapuera por apenas R$70 milhões e os parques Aparados da Serra e Serra Geral, na região Sul, por R$20 milhões.
A contrapartida das empresas.
A velha e falsa contrapartida das empresas agraciadas é revitalizar e modernizar as estruturas e serviços dos parques, serviços essenciais que o poder público poderia muito bem administrar. Mas para Marcos Penido, o presente dado à empresa vai desonerar o estado.
“A Construcap já tem expertise e conhecimento e poderá gerar desoneração do estado, para que os recursos sejam aplicados em Saúde, Educação e Infraestrutura, que é o foco do estado. A concessão possibilita que os dois parques possam ser transformados em polos de mais oportunidade de emprego e renda para a comunidade da Zona Norte, que já usa e adota esses espaços diariamente”, afirmou Penido, um velho discurso dos neoliberais para entregar as riquezas da população, que, sob administração dessa gente, continuará desempregada e sem acesso aos parques, como já estamos vendo com os outros parques e empresas privatizados.
O “cientifico” Doria também decorou o velho discurso neoliberal de ataque ao patrimônio público com contrapartidas enganosas:
“Nos leilões na Bolsa de Valores é importante que haja uma proposta válida. O que não pode acontecer é o vazio. Nós estamos conquistando um bom resultado para São Paulo. A concessão vai aliviar os cofres do estado, que não precisará mais pagar por manutenção, segurança e outras despesas [desses parques]”.
Segundo Doria, não haverá cobrança de ingresso no Parque do Horto Florestal. No da Cantareira a comunidade paga R$16,00 por pessoas, o que torna inviável um assalariado levar sua família. O golpe começa prometendo entrada gratuita, depois passam a cobrar, cortam os gastos na manutenção, diminuem a quantidade de empregados, precarizam as condições de trabalho e mantêm péssimos salários, selando o golpe com a exclusão da população carente nesses ambientes, como fizeram com a privatização dos estádios de futebol, o esporte mais querido do povo.
João Doria petende entregar à iniciativa privada todo o patrimônio do Estado de São Paulo, uma política criminosa que deve ser contestada, denunciada e interrompida pela força da população. Esse político nefasto quer ser a terceira via da burguesia bolsonarista para implantar essa pauta criminosa para todo o Brasil, continuando o assalto iniciado por Fernando Henrique Cardoso na presidência.