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"Terceira via"

Cartel da imprensa se une novamente por Doria presidente

A campanha em defesa da candidatura de João Doria em 2022 se torna cada vez mais explícita na imprensa burguesa. Contra isso, devemos nos opor ao conjunto das forças da burguesia.

O bombardeio da imprensa burguesa para impulsionar a “terceira via” rumo às eleições presidenciais de 2022 vem se intensificando ainda mais, conforme a situação política se desenvolve. A colunista do jornal golpista Folha de São Paulo Catarina Rochamonte apresentou nesta segunda-feira (6) uma das linhas que serão exploradas na campanha em defesa do candidato preferencial da burguesia.

Intitulada “O Brasil entre 7 e 12 de setembro”, a coluna resgata a cruzada moral dos carteis da imprensa em nome do “combate à corrupção”. A campanha golpista que destituiu o governo Dilma Rousseff se apoiou nesse combate de faz de conta à corrupção para criar o clima de histeria necessário para a manobra. Agora, diante da necessidade de consolidar o processo golpista, usam a mesma carta para desgastar eleitoralmente o atual e ilegítimo presidente.

A colunista deixa clara a estratégia já no subtítulo, onde defende a “via democrática” como “melhor alternativa entre direita autoritária e corrupta e esquerda corrupta de autoritária”. Ou seja, Bolsonaro e PT teriam em comum o autoritarismo e a prática da corrupção. A solução seriam os setores “democráticos”, como PSDB, MBL, STF e todo tipo de canalha direitista que procure se apresentar como “oposição” ao governo.

Que Bolsonaro tem envolvimento em esquemas de corrupção, nenhuma novidade, até porque alguns deles já eram de conhecimento público antes mesmo de que ele fosse escolhido como candidato tampão da direita em 2018. O caráter provisório do mandato de Bolsonaro ficou bastante nítido desde o começo do seu governo, com a imprensa burguesa tutelando e podando seu governo.

Do lado do PT, independentemente da falta de provas, das absolvições e da exposição de interferência da CIA na operação Lava Jato, a imprensa já elaborou o partido como um personagem maligno. A colunista da Folha de São Paulo dá o tom dessa elaboração ao chamar o PT de “partido com maior experiência em corrupção da história da República”.

Para vender essa “via democrática” que faria oposição a Bolsonaro, os tradicionais ataques ao “autoritarismo” do PT também voltam às manchetes. Segundo os representantes da burguesia, seria autoritário estimular um processo de democratização do setor de comunicações, ampliando mesmo que timidamente, como sugeriu recentemente Lula, o acesso de setores populares aos meios de comunicação de massas, como rádio, televisão e jornais impressos.

Outro recurso bastante conhecido é associar o PT a governos nacionalistas de países atrasados, como Venezuela e Cuba, por exemplo. Países que se opõem em graus variados aos interesses do imperialismo são taxados há décadas como ditaduras, independentemente da situação política real desses países. O acertado apoio da ala lulista do PT a esses governos será explorado pela direita e regurgitado por parte da esquerda “bem pensante”.

O conselho que a colunista dá aos democratas é igual a vários de seus colegas, deixem as ruas para os bolsonaristas no dia 7 e juntem-se ao ato chamado pelo MBL no dia 12. Simples assim, para se opor “democraticamente” a Bolsonaro, subordinem-se à liderança de bolsonaristas desgarrados. Ou seja, a “via democrática” passa pelos vigaristas do MBL.

Para estabilizar a situação econômica e política, a burguesia quer eleger um candidato mais confiável, que aplique integralmente o pacote neoliberal de destruição da economia industrial brasileira e ataques aos direitos dos trabalhadores. Mas, ao mesmo tempo em que tenta passar esse pacote, Bolsonaro precisa também acenar à sua base militante de extrema-direita, seu diferencial em meio aos candidatos da direita. Com isso, seu governo é pouco eficaz para a burguesia e ainda estimula a polarização política, que em termos eleitorais se dá entre ele e o ex-presidente Lula.

Assim como setores da esquerda pequeno-burguesa, a porta-voz da burguesia considera a “polarização excessiva” prejudicial ao país. Leia-se, prejudicial à terceira via. Para eleger uma figura impopular, é fundamental pulverizar o voto. Num cenário eleitoral intensamente polarizado, a tendência é que os votos concentrem-se nos polos, neste caso a burguesia vai de Bolsonaro novamente e continua tendo que administrar suas crises internas.

Um anúncio recente deixa ainda mais claro que a imprensa burguesa está firme na campanha para fortalecer seu candidato da “terceira via”. O PSDB divulgou nas redes sociais que a Globo vai promover o primeiro debate das “prévias presidenciais do PSDB”, proporcionando um palco privilegiado para o candidato da “democracia”, que tudo indica que seja mesmo João Doria.

Ao contrário do que pregam os porta-vozes da burguesia parasitária, a esquerda tem como tarefa impulsionar a polarização e lutar do lado esquerdo nesse cenário. A Globo, Folha de São Paulo e demais empresas do cartel das comunicações são veículos milimetricamente alinhados aos tucanos, porque o PSDB é o principal representante da burguesia imperialista na política brasileira. Entregar as eleições de 2022 para os maiores inimigos dos trabalhadores é o pior erro que a esquerda pode cometer nesse momento.

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