O imperialismo “democrático” de Joe Biden anunciou a imposição de novas sanções contra autoridades de Cuba nesta quinta-feira, 22 de julho. As medidas se direcionam a Álvaro López, ministro das Forças Armadas Revolucionárias, e à Brigada Especial Nacional do Ministério do Interior. A justificativa é a suposta violência governamental contra as manifestações que ocorreram na ilha há cerca de uma semana.
As sanções consistem na inclusão da Brigada Especial e Álvaro López na lista de Specially Designated Nationals and Blocked Persons List (Lista de Nacionais Especialmente Designados e Pessoas Bloqueadas -SDN), do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros. Ambos terão seus bens bloqueados, serão impedidos de realizar transações e ficam impedidos de ter acesso ao sistema financeiro controlado pelos Estados Unidos da América.
Outras medidas implicam a possibilidade de detenção dos sancionados em pontos de entrada de imigrantes nos Estados Unidos e a proibição de viajar em companhias aéreas americanas. Além disso, os parentes das pessoas alvos de sanções sofrem efeitos colaterais.
O presidente americano declarou que a imposição de sanções contra autoridades e instituições cubanas “são apenas o começo”. Em uma postagem no Twitter, publicada na mesma data, Biden declarou: “condeno as detenções em massa e os julgamentos simulados que são os esforços do regime cubano para ameaçar o povo cubano ao silêncio. Meu governo está do lado do povo cubano e está impondo novas sanções contra os responsáveis por esta repressão no regime cubano”.
“Os Estados Unidos estão com os bravos cubanos que tomaram as ruas para se oporem aos 62 anos de repressão sob o regime comunista (…) Hoje, minha administração está impondo novas sanções direcionadas contra elementos do regime cubano responsáveis por esta repressão para responsabilizá-los por suas ações. Este é somente o começo – os Estados Unidos vão continuar a impor sanções sobre indivíduos responsáveis pela opressão do povo cubano”, declarou Biden.
Desde a Revolução Cubana de 1959, os Estados Unidos mantém um bloqueio econômico e comercial contra a ilha caribenha. As novas sanções se somam às 243 medidas já impostas contra a ilha, que impedem a aquisição de itens básicos como medicamentos, alimentos, combustíveis, máquinas, equipamentos e insumos.
É necessário destacar que o recrudescimento do bloqueio econômico genocida contra Cuba é mais uma ação bárbara e criminosa do imperialismo norte-americano, que desta vez procura se apresentar como “democrático”, “civilizado” e “defensor dos direitos humanos e da liberdade”. Os Estados Unidos são os responsáveis pela deterioração das condições de vida do povo cubano.
A pandemia do coronavírus gerou consequências drásticas em todos os países do mundo. O governo cubano produziu pelo menos três vacinas (Soberana I, Soberana II e Abdala) contra a doença e fez muito mais com muito menos recursos – mesmo submetido ao bloqueio econômico – do que todos os governos burgueses dos países imperialistas. Segundo dados da Reuters, Cuba ultrapassou as 300.000 infecções e registra 2.072 mortes. Para efeitos de comparação, os Estados Unidos registram 34.000.000 casos e 610.000 mortes; França tem 5.093.000 casos confirmados e 112.000 mortes; Inglaterra tem 5.600.000 casos e 128.980 óbitos; Alemanha tem 3.076.000 infecções e 91.505 mortes; Brasil registra 19.500.000 casos e 547.000 óbitos e Índia tem 31.300.000 casos e 419.000 mortes.
As novas sanções demonstram que as manifestações promovidas por agentes infiltrados do imperialismo não passam de um pretexto para que os Estados Unidos avancem na política de desestabilização do País caribenho. O objetivo é criar as condições para a execução de um golpe de Estado, que significaria inevitavelmente a instalação de um regime satélite do imperialismo e a destruição das conquistas sociais da Revolução, como a expropriação da burguesia, a propriedade estatal dos meios de produção e os serviços públicos de qualidade para todos.
O caso de Cuba comprova que não existe nenhuma preocupação humanista e humanitária por parte das forças imperialistas. Estas agem em função de seus interesses políticos e econômicos, pouco importando se o povo cubano experimentará uma brusca deterioração de suas condições de vida.
No cenário da crise capitalista mundial, o imperialismo “democrático” amplia sua ofensiva contra os países atrasados. É urgente a mobilização dos trabalhadores e suas organizações políticas e sindicais em repúdio à ofensiva imperialista contra Cuba. O bloqueio econômico deve ser sistematicamente denunciado como uma medida genocida que penaliza o povo cubano e infringe sofrimentos terríveis que perduram por mais de seis décadas.