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Separados no parto

Aumento da repressão: Doria prendeu 13 mil em “aglomerações”

A difernça entre Doria e Bolsonaro é quase imperceptível. Ambos são frutos do mesmo ventre: o da burguesia

Não bastasse a pandemia e a dificuldade de colocar alimento na mesa, a população de São Paulo sofre com a política fascista da direita “civilizada”. Desde o dia 12 de março, o governo repressor de João Doria (PSDB) acumula um saldo de 13 mil detenções. O motivo: aglomerações. Nomeado Comitê de Blitze, o destacamento de repressão de Doria é a prova cabal da semelhança entre a direita civilizada e os bolsonaristas. A operação já concluiu 123,9 mil ações de fiscalização e emitiu 4.500 autuações

Em abril de 2020, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, Doria havia deixado claro que a linha tênue entre sua política e a da extrema-direita era amarrada por um barbante. Naquele momento, o epígono de FHC deixava nas mãos do aparato repressivo o passaporte para o pesadelo da vida encarcerada. “A Polícia Militar de São Paulo está autorizada a agir para evitar aglomerações, primeiro com advertência e orientação, inclusive com automóveis que possuem gravações que já foram feitas para orientar a dispersão das pessoas e que elas retornem a suas casas e fiquem em casa. A primeira medida será orientativa”, disse o governador.

Seus capatazes seguiram a orientação e o chefe de Segurança Pública do estado, General Campos, confiou fielmente em sua tropa. “Eu tenho convicção de que as pessoas seguirão a orientação. Até porque se não o fizerem, a segunda etapa será a de medidas coercitivas, podendo penalizar essas pessoas com as penas previstas em lei, que vão inclusive à prisão. Eu tenho certeza de que isso não será necessário, de que as pessoas compreenderão a necessidade de ficar em suas casas e atenderem a recomendação. E as que por distração, circunstâncias eventualmente na rua receberão nessa fase inicial a orientação da Polícia Militar para que se dispersem e retornem às suas casas”, afirmara o comandante.

De la pra cá, as arbitrariedades atingiram a casa da dezena de milhares, os trabalhadores sentiram na pele o peso da lei de Doria. Embora desde o início da pandemia os trabalhadores tenham sido obrigados a frequentar o transporte coletivo (ônibus, trem e metrô) com a ajuda de uma prensa para que as portas se fechassem, no fantástico mundo da burguesia e seus representantes da direita, o que não pode é fazer churrasco no final de semana ou se reunir na rua. Afinal, de acordo com os cientistas do advento terraplanista, a aglomeração no transporte público, nas fábricas, nos centros de distribuição dos Correios etc., não aumenta a transmissão do novo coronavírus; o problema é o bate-papo na carroça de cachorro-quente ou na barraca de churrasquinho após um dia intenso de árduo trabalho na fábrica ou porventura uma pizza com os amigos no final de semana dentro de casa.

Conclui-se, portanto, que os trabalhadores só têm direito ao chicote e nada mais. Ora, os trabalhadores podem se aglomerar nos transportes que os patrões e os governos ficam impunes por promoverem essas aglomerações, mas se os trabalhadores se aglomeram em algo que não seja para dar dinheiro aos capitalistas, então dá-lhe repressão. Por essas e outras, a fantasia da pequena burguesia alimenta o carrasco e joga milhões na cova dos leões. Essa, notoriamente, é a versão mais fidedigna da farsa da política do fique em casa. A política fascista de Doria e sua camarilha é o que há de mais real no dia a dia da população. Ao invés de formar um comitê de vacinação, de controle da pandemia etc., o governador tucano forma o comitê da chibata, acossando a todos que desrespeitarem sua ordem. Para o trabalhador, sobretudo o mal remunerado – que é maioria no país, só lhe faltam os grilhões para voltarmos à escravidão. De uma maneira ou de outra, o capitalismo – como forma de escravidão assalariada, acorrenta o proletariado ao subjugo do capital e utiliza do Estado como forma de dominação de uma classe sobre a outra. Doria e todos os representantes da burguesia atendem a um só desejo: a máxima expropriação do trabalho alheio, o uso da polícia e do exército permanente contra os anseios dos oprimidos e a permanente usura da banca privada. O combate às “aglomerações” é uma fachada para aumentar a repressão contra o povo e manter os trabalhadores sob um regime de terror, declarando que a forma de Estado conhecida como “democracia” atingiu seu apogeu e sua queda no final do século XVIII com a Revolução Francesa. Atualmente, a única forma que a burguesia aponta para a contenção da crise capitalista é a do fascismo.

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