Em sua edição do dia 9 de novembro, o jornal golpista Folha de S. Paulo, um dos principais porta-vozes dos setores mais reacionários, pró-imperialistas e inescrupulosos da burguesia brasileira, publicou um rápido artigo de título “MTST fará marcha contra a fome no sábado em SP com Boulos e padre Julio”. Trata-se de um anúncio — na verdade, quase que um convite — de uma atividade prevista pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto que acontecerá no dia 13 de novembro. O evento sairá de uma estação de metrô e terminará no centro da cidade, com o discurso do pré-candidato do PSOL ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos.
Quem dera se a esquerda, toda vez em que fosse organizar um ato, pudesse contar com a propaganda da Folha! No primeiro de maio de 2021, o único ato que aconteceu no País, organizado pelo PCO, não foi anunciado pelo jornal golpista. Pelo menos desde o início do processo golpista, Lula nunca é convidado para falar, qualquer coisa que seja, na Folha de S.Paulo, em O Globo ou no Estado de S. Paulo. A Plenária do Bloco Vermelho — a única reunião pública das bases da esquerda no ano — também foi completamente ignorada pela imprensa canalha e golpista. Por fim, vale destaque que os atos Fora Bolsonaro, que levaram milhões às ruas e eram um fato público, só apareciam na Folha de S.Paulo na boca de Guilherme Boulos e seus aliados. Por que, afinal, tanta preferência pelo psolista?
Não é de hoje que a Folha de S.Paulo e Guilherme Boulos possuem uma relação tão “amistosa”. Boulos já foi contratado duas vezes como colunista do jornal — onde trabalha atualmente — e nunca — isso mesmo: nunca — sofreu qualquer tipo de calúnia, difamação ou mesmo uma crítica forte da Família Frias. Enquanto Maduro é chamado de ditador, Lula, de ladrão, Boulos é retratado como um bom moço, como uma “esperança” para o futuro.
Até mesmo aquilo que seria mais radical é aplaudido pela Folha. Todo mundo sabe como os jornais burgueses tratam o MST, o PT e os militantes do movimento popular: terroristas, bandidos, delinquentes, vândalos etc. Mas no caso do MTST, controlado por Boulos, são só elogios. Até a ocupação do prédio da Bolsa de Valores por parte do grupo de Boulos foi tratado de maneira tranquila e complacente pela Folha.
Boulos é paparicado pela Folha porque é o esquerdista que a burguesia resolveu chamar de seu. O “radical” que trabalha para empresários, o “esquerdista” que defende a polícia: enfim, um sujeito cuja principal função é atacar o PT.