A burguesia brasileira, representada pelo capacho do império estadunidense, Bolsonaro, patrocina mais um ataque ao trabalhador sem-terra, que, ao contrário deste desgoverno, tem projeto próprio de emancipação, educação formal e, de economia e trabalho, projeto este que se traduz na prática do cultivo da terra, antes improdutiva, como é um caso em um acampamento na Bahia.
“Cerca de 80 famílias moradoras do acampamento Palmares, localizado no norte da Bahia, estão correndo o risco de serem expulsas das terras que vivem há mais de 11 anos, onde cultivam uva, macaxeira e feijão, além da criação de caprino, ovino, avicultura e bovino”, de acordo com a jornalista Fernanda Alcântara, do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia (10 de março de 2021)
Estas terras não cumpriam a função social da propriedade rural enquanto a ocupava o antigo proprietário, o colombiana Gustavo Duran Bautista, conforme prevê a legislação brasileira. O criminoso referido utilizava esta propriedade rural como uma fachada de legalidade, através da empresa pertencente ao grupo empresarial de nome MARIAD – Importação e Exportação de Gêneros Alimentícios. “Estas terras eram utilizadas para traficar cocaína dentro de caixas de uvas que depois eram transportadas para diversos países”, diz a matéria citada.
O MST (Movimento Sem Terra), cumprindo a sua missão de organizar e orientar os trabalhadores abandonados pelo sistema capitalista, para os quais impõe o desemprego e o abandono totais em saúde e educação, promoveu no ano de 2009, junto às famílias de sem-terra, a ocupação da fazenda abandonada desde o ano 2007, época em que o antigo proprietário foi preso.
Desde então as famílias assentaram acampamento nesta área rural, onde moram, obtém pelo trabalho organizado e sistemático de alto nível, o seu sustento, se socializam e produzem riqueza e cultura.
A burguesia, não se conformando com a luta dos sem-terra, então se insurge brutalmente contra estas famílias utilizando-se das estruturas do Estado-Burguês para oprimi-las e massacra-las. Assim o juiz do trabalho da 5ª região em Juazeiro determinou a imissão na posse (desocupação e entrega) em favor do suposto proprietário burguês que arrematou em leilão público a referida propriedade, desconsiderando toda uma negociação e acordos feitos entre as famílias assentadas e o Governo do Estado da Bahia.
No pior momento da história da humanidade, em plena pandemia do COVID-19, diante do genocídio, do desemprego generalizado, da inflação descontrolada e da recessão econômica avassaladora, perpetrados pelo presidente Bolsonaro, seu governo e aliados em obediência ao império estadunidense, “80 famílias poderão ficar a mercê da própria sorte”.
Diante desse ataque do judiciário e empresários contra o sem-terra, é preciso defender a ocupação às últimas consequências, que os sem-terra possam se defender diante da justiça e da repressão, que a terra seja entregue para quem nela trabalha.