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Ocupar as ruas!

SP: todos ao Vale do Anhangabaú no 7 de setembro

É necessário convocar plenárias em todas as grandes cidades do país, chamar a militância, romper com a barreira daqueles que boicotam os atos e colocar os trabalhadores nas ruas

A coordenação do movimento pelo Fora Bolsonaro de São Paulo se reuniu na noite de ontem (25) e decidiu realizar o ato de 7 de setembro no Vale do Anhangabaú, às 14h. Foi uma vitória, ainda mais porque alguns setores (como o direitista Marcelo Freixo) queriam que não houvesse ato em lugar nenhum e outros, em São Paulo, queriam que fosse no longínquo Largo da Batata, também conhecido como “Boulolândia”.

No entanto, a nível nacional ainda há uma grande sabotagem dos setores mais direitistas da esquerda, ligados à frente ampla e ao PSDB. A data divulgada na reunião da Frente Fora Bolsonaro em 30 de julho, há quase que um mês, se vê a cada dia que passa mais desmobilizada. O dia nacional de luta contra o regime golpista vem se convertendo, graças à paralisia da esquerda e a ação de Bolsonaro, no dia de mobilização da extrema-direita fascista, apoiadora do governo Bolsonaro, saindo às ruas em defesa do golpe e contra os trabalhadores. O ato de São Paulo, que finalmente tem local, precisa ser um meio de impulsionar os atos em todo o País e pressionar a esquerda a marcar o máximo de atos possíveis.

O boicote da frente ampla

A culpa de toda esta situação está longe de ser dos trabalhadores, ou até mesmo da ação de Bolsonaro. O boicote à mobilização dos trabalhadores vem se aprofundando à medida que setores da esquerda pequeno-burguesa, como PCdoB e PSOL, entre outros, aderem à política de frente ampla com a burguesia golpista, e agem como quinta-coluna, contra a mobilização dos trabalhadores.

É de conhecimento comum que principalmente o PCdoB e o PSOL tentam, desde o início das manifestações, infiltrar a direita nos atos dos trabalhadores, buscando dar um caráter artificialmente popular ao falido centrão e impulsionar a candidatura da terceira via, hoje representada por João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo. Desde o dia 3 de julho, quando em São Paulo PCdoB e PSOL apoiaram a infiltração do PSDB nas manifestações, esta política de tomar de assalto os atos vem ficando mais clara.

No dia 24 de julho esta política de frente ampla foi mais uma vez vista. Desta vez, o PCdoB se aliou com partidos de direita como PDT, Partido Verde, entre outros partidos satélites do PSDB, além dos próprios tucanos, para formar o chamado “Bloco Democrático” na Avenida Paulista, criando dois atos no mesmo horário e local.

Contudo, a ação da frente ampla nas manifestações fracassou. Doria e todo o PSDB, assim como seus partidos satélites, são extremamente impopulares e a manobra da terceira via não pode se consumar no interior do movimento.  Se com as manifestações não seria possível erguer a frente ampla, todo este setor da esquerda pequeno-burguesa decidiu por adotar uma política de boicote aberto às manifestações, ignorando o chamado do dai 18, que seria justamente o dia nacional de greve dos servidores públicos, diretamente atingidos por partidos como PDT e PSDB, a base de apoio do regime golpista.

O boicote ao dia 18 foi gigantesco e as organizações citadas sequer compareceram aos atos, deixando claro sua intensão de se aliar com a dita burguesia “democrática”, o principal setor do golpe, no lugar de organizar uma frente de luta com os trabalhadores, mostrando que a preocupação número 1 é a garantia de cargos nas eleições de 2022, independentemente da situação da população.

A capitulação da esquerda

Frente a este boicote aberto, as organizações que verdadeiramente mobilizam, sobretudo o Partido dos Trabalhadores e a Central Única dos Trabalhadores, se mantiveram completamente paralisadas. A direção do PT, sob pressão de sua ala direita, que também apoia a frente ampla, inclusive contra o próprio Lula, e a CUT, capitularam frente à pressão da burguesia e do boicote da esquerda pequeno-burguesa.

Nem PCdoB, nem PSOL, muito menos o PCB, tem capacidade ou interesse de mobilizar alguém para as manifestações. Sua política de boicote seria praticamente inexpressiva, se não contasse com a capitulação da verdadeira direção do movimento, que vê nestas organizações antipetistas, assim como nas “centrais” pelegas, supostos aliados na luta contra o golpe.

Assim, a Frente Fora Bolsonaro, dividida entre estes setores, se afunda rapidamente. Quanto ao ato do 7, este problema é ainda maior. Frente ao crescimento da convocação das manifestações fascistas, a direção destas organizações não tem sido capaz de gerar uma resposta à altura e convocar os trabalhadores para saírem às ruas.

A Avenida Paulista, em São Paulo, já foi perdida, graças à política dos quinta-coluna, que a entregaram em um acordo criminoso para a extrema-direita. No entanto, agora que o ato foi marcado para o Vale do Anhangabaú é preciso mobilizar os trabalhadores em todo o país, pois sem a esquerda nas ruas o fascismo terá caminho livre para crescer em cima de toda a população.

É preciso convocar a militância e sair às ruas!

Está posto para o movimento popular a seguinte questão: ou inicia-se a mobilização imediatamente, convocando os trabalhadores às ruas no dia 7, ou os fascistas o farão com toda liberdade e com todo o apoio do regime golpista. Caso a capitulação da esquerda permita isso, o movimento de luta contra o golpe sofrerá mais um duro ataque, e Bolsonaro rapidamente se fortalecerá.

Este dia 7 coloca mais uma vez em evidência que toda a campanha dos defensores da frente ampla, na qual afirmavam que as manifestações iriam apenas crescer com a presença dos golpistas, é completamente falsa. Não apenas isso, assim como destacava desde então o Partido da Causa Operária, a frente ampla é um fator de desmobilização, apenas a frente de luta com os trabalhadores que permitirá a mobilização contra o golpe avançar.

O dia 18 provou esta questão, contudo, agora é necessário romper a barreira imposta pelas direções que boicotam o movimento, dos frente-amplistas, e mobilizar todos os trabalhadores. O PCO, em nota oficial divulgada nessa quarta-feira, exige o chamado de uma plenária nacional do movimento Fora Bolsonaro para convocação dos atos de 7 de setembro, e não apenas isso, mas que também realize nas principais cidades do país plenárias abertas a toda militância, para que os trabalhadores possam efetivamente decidir o futuro do movimento. Depender das oscilações da esquerda pequeno-burguesa e dos quinta-coluna que estão no interior do movimento levará o movimento rapidamente à derrota.

Por isso, é necessário convocar estas plenárias e mobilizar nas ruas, nas fábricas e nas comunidades os trabalhadores, para que no dia 7, em todo país, o fascismo possa ser barrado nas ruas, pela mobilização popular. O Bloco Vermelho, composto pelo PCO, pelos Comitês de Luta e por companheiros da base da CUT e do PT, já está chamando planárias para este final de semana em todo o País.

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